O setor lácteo brasileiro gostou da renovação do acordo que limita as exportações de leite em pó da Argentina. A cota de 3,6 mil toneladas por míªs do produto será válida até janeiro de 2014. Os produtores agora querem estender a restrição ao produto do Uruguai, que somente entre novembro e dezembro, enviou 18 mil toneladas do produto. A preocupação foi apresentada ao governo federal.
– Desorganiza o nosso sistema produtivo, dá margem para especulação e o preço cai. Fizemos outra vez uma exposição aos colegas, ressaltando que no Brasil em torno de 1,3 milhão de famílias, dentre as quais 80% de pequenos produtores, tíªm nessa atividade uma fonte importante de renda e em muitos casos é o salário mínimo da família – explica o diretor de Assuntos Comerciais do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa.
Sem nenhuma barreira, a organização das cooperativas brasileiras diz que em 2012 aumentou muito a quantidade de leite vinda do Uruguai, superando o volume que é importado da Argentina.
– O pico da produção no Brasil ocorre normalmente em dezembro ou em janeiro. Foi justamente neste período que veio uma quantidade muito grande de leite em pó do Uruguai e isso prejudica mesmo a produção interna, o setor produtivo brasileiro e as relações com os demais – afirma o analista da Organização das Cooperativas Brasileiras, Gustavo Bedushi.
Apesar de não ter nenhuma reunião oficial prevista para os próximos dias, o Ministério da Agricultura informa que está tratando do assunto com o governo uruguaio, do mesmo modo que já negociou a questão com a Argentina. O acordo com os argentinos prevíª a vinda de técnicos daquele país nos próximos 15 dias para discutir as exportações de carne suína e frutas, tudo para melhorar as relações comerciais entre os vizinhos.
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