#Seca mata rebanho e produção de leite diminui no interior do RN

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Federação da Agricultura e Pecuária do RN visitou 5 municí­pios do estado.

A seca que perdura no interior do Rio Grande do Norte está prejudicando outras áreas de produção, além da agricultura e pecuária. Em Santana do Matos, municí­pio distante 191 quilí´metros de Natal, os produtores de leite sofrem com a mortandade das vacas, que está diminuindo a quantidade da produção e gerando prejuí­zos. Neste final de semana, uma equipe da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern) realizou uma expedição a cinco municí­pios das regiões Central, Oeste e Seridó do estado para constatar a gravidade da situação. O G1 acompanhou o trabalho.

Antí´nio Arruda da Cunha, o ‘Antí´nio da Volta’, é lacticultor de Santana do Matos, cidade distante 191 quilí´metros de Natal. Antí´nio da Volta contou ao G1 que, nos últimos tríªs meses, a produção dele diminuiu em 2.500 litros por dia. “Eu tinha uma produção de 8.500 litros de leite por dia, agora estou produzindo 6.000 litros”, afirmou o lacticultor. Para Antí´nio, somente 10 anos de inverno regular poderiam ajudá-lo a recuperar as perdas. Ele relatou que, inicialmente, tentou vender parte do rebanho para aplicar o dinheiro em seu negócio, no entanto o montante não foi suficiente.
Sem perspectiva de chuva e com o gado morrendo, Antí´nio da Volta decidiu procurar financiamentos bancários. O auxí­lio de amigos também foi uma alternativa para conseguir dinheiro na tentativa de reerguer o negócio. Como as chuvas não vieram, as dí­vidas se acumularam. O produtor afirmou que, hoje, deve mais de R$ 1 milhão em empréstimos.

Antí´nio da Volta possui 1.500 cabeças de gado e 1.500 outros animais, entre ovelhas e cabras. Ele disse que há dois anos a quantidade representava o dobro. “Se não chover, vou vender tudo”, previu.
A maior parte da produção de Antí´nio da Volta é destinada í  Associação dos Pequenos Agropecuaristas do Sertão de Angicos (Aspasa). Segundo Marcone Angicano, presidente da Aspasa, aproximadamente 90% do total da produção dos associados é destinada ao Programa do Leite, desenvolvido pelo Governo do Estado.
Angicano também afirmou que a Associação tem mais de 1.000 produtores cadastrados. Porém, apenas 300 continuam produzindo durante a seca. Marcone Angicano disse que o litro de leite bovino é vendido a R$ 0,93 e o de cabra a R$ 1,50.
Para Antí´nio da Volta, faltam polí­ticas públicas de incentivo ao produtor rural, como agilidade nos financiamentos e subsí­dios com um custeio mais elevado pelo Estado. Os produtores cobram medidas mais efetivas do Governo para o combate í  seca. “Só os carros-pipa e o fornecimento de milho não são o bastante”, reclamou.
O lacticultor também disse que não compensa aos produtores o cadastro na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o recebimento do grão, pois a quantidade não é suficiente.
Fazenda Timbiú
A zootecnista e fazendeira Amariles Borges de Albuquerque passa por uma realidade semelhante í  do produtor Antí´nio da Volta. Ela é proprietária da Fazenda Timbiú, onde fica a casa que foi de Aristófanes Fernandes, um lí­der polí­tico da região de Santana do Matos. Foi no local que aconteceu o primeiro leilão de gado do Rio Grande do Norte.
Amariles Borges cria 700 cabeças de gado na fazenda. Ela contou que suas vacas produziam uma média de 1.000 litros de leite por dia mas, desde o iní­cio do ano, em virtude da estiagem, a produção reduziu a zero.
A zootecnista disse que a famí­lia tem 100 anos de tradição na produção de leite. Ela tem 54 anos e afirmou que não se recorda de ter passado por um perí­odo de estiagem tão rigoroso e que tenha provocado tantos prejuí­zos.
Abelhas
A seca que assola o interior do Rio Grande do Norte também está prejudicando a apicultura. O criador de abelhas Raimundo Torres da Silva ainda não conseguiu produzir mel neste ano. Boa parte da renda com a qual ele sobrevive é retirada da apicultura, mas a atividade foi inviabilizada por causa da seca.
A seca matou todos os cajueiros da propriedade de Raimundo, onde ele também cria vacas. “Eram vinte e um animais. Hoje, tenho só nove. O resto morreu sem água”, relatou. A estiagem também está causando prejuí­zo í  produção de mel. Os cajueiros eram utilizados no processo produtivo, mas com a falta de chuvas, as árvores secaram e as abelhas foram embora da região.
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/02/seca-mata-rebanho-e-producao-de-leite-diminui-no-interior-do-rn.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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