# Programa do MDA impulsiona diversificação de cultura no RS

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Milho, feijão, mandioca, batata doce, couve, tomate, laranja, uva, pepino, leite, alface e repolho. Dá gosto ver a diversidade de alimentos cultivados pelo agricultor Isauro Estanieski, 57anos. Há pouco mais de um ano ele sobrevivia apenas da monocultura do tabaco. Agora, parece ser um tí­pico agricultor que plantou alimentos durante toda a vida de trabalhador do campo. Há 40 anos plantando fumo, ele conta que «de uns anos para cá o preço do produto caiu muito», por isso, resolveu optar pela diversificação. “O preço do fumo é bom, mas ninguém (empresas fumageiras) compra pelo preço que ele vale”, explica Isauro, que mora com a mulher, dois filhos e as noras, em uma propriedade de 20 hectares em Cerro dos Coqueiros, municí­pio de Dom Feliciano (RS).

Para dar o pontapé inicial no processo de diversificação, Isauro contou com as ações do Programa Nacional de Diversificação em íreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que tem a parceria da prefeitura municipal.

Com a ajuda da Cooperativa Agropecuária Centro Sul (Coopasc), ele começou a vender sua produção para os Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae) – articulados pelo MDA, além de mercados da região. São mais de 600 quilos de alimentos entregues semanalmente, que garante renda para a famí­lia de até um salário mí­nimo por semana. A Coopasc está situada no centro da cidade e viabiliza o processo de comercialização da produção de 113 famí­lias do municí­pio para o PAA, o Pnae e o mercado privado.

Um criatório com mais de mil peixes é outra fonte de renda da famí­lia de Isauro. As espécies são variadas: tilápia, carpa, carpinha, cabeçuda e ungra. No ano passado, o agricultor comercializou 280 quilos de peixe cobrando R$ 6, o quilo. A estimativa dele é vender a mesma quantidade este ano. â€œí‰ bom ter alternativa, não depender só do fumo. Se continuar assim está bom. A ideia é aumentar mais um pouco já que a produção está boa e tem demanda. O fumo não é consumido, já o alimento, se uma pessoa acha um pé de alface caro a R$ 1, outra compra” esclarece o agricultor que no ano passado plantou 130 mil pés de fumo. Nesta safra, reduziu para 70 mil pés.

Incentivo para diversificar

Há um ano, Isauro começou a aprender novas técnicas de plantio para diversificar sua área de tabaco. Com o apoio de um técnico da assistíªncia técnica e extensão rural, ele iniciou esse processo plantando um hectare de uva em consórcio com pepino. Não demorou muito para ele perceber os primeiros resultados. Prova disso é a colheita antecipada de oito toneladas da uva logo na primeira safra após um ano do plantio – a uva demora de tríªs a quatro anos para ser colhida. “O adubo do pepino foi a mesma coisa de dar uma injeção na veia da uva. Por isso, adiantou a produção. Se continuar neste ritmo vou ter que parar de plantar fumo, que dá mais trabalho e usa muito veneno”, enfatiza.

A famí­lia de Isauro trabalha unida na propriedade, situada no Bioma Pampa Clima Temperado. Eles sobrevivem praticamente do que é produzido na propriedade. Leite também não falta. Todos os dias eles retiram, das poucas vacas que criam, uma média de oito litros de leite para consumo próprio. “Aqui tem renda toda semana. Os colonos víªm comprar aqui em casa os produtos. Municí­pios vizinhos estão pedindo verduras”, salienta. Quando questionado se o trabalho na lavoura de fumo é sofrido ele não hesita em responder. “Só quem planta há quarenta anos sabe. Não tem domingo de folga. Ano passado nós trabalhamos quarenta dias direto até de noite, sem parar. Mal pegava no sono o relógio despertava. Mais ou menos de duas em duas horas tem que levantar para manter a temperatura da estufa, para não perder o fumo”, conta.

Na safra passada, colhida em 2011, o agricultor entregou í  empresa fumageira aproximadamente 20 mil quilos de fumo. De acordo com ele, o lucro saiu abaixo do esperado. “Ano passado foi péssima a venda. Eu estava contando com, no mí­nimo, R$ 90 mil de lucro por essa entrega e não chegou a R$ 70 mil. Tirando as despesas não sobraram R$ 50 mil. «Temos muita despesa. A luz, que chega a R$ 500 por míªs. Isso nos obriga a buscar outras alternativas”, revela.

Escoamento da produção

No iní­cio, quando Isauro começou a realizar as primeiras entregas de alimentos para Dom Feliciano, ele contava apenas com um carro de passeio que o obrigava a realizar de duas a tríªs viagens para fazer a entrega, percorrendo uma distí¢ncia de 19 quilí´metros. A logí­stica estava desanimando o agricultor. Com o apoio do Programa de Diversificação e das polí­ticas públicas do MDA a sua realidade mudou para melhor.

A oportunidade de diversificar proporcionou a Isauro mais que geração de renda com a comercialização dos alimentos. Ela garantiu ao agricultor o acesso í  linha de crédito do Pronaf Mais Alimentos para financiamento de um veí­culo de transporte de carga, no valor de R$ 68 mil, a juros de 2% ao ano e prazo de 24 meses para começar a pagar. “Chegou um dia que eu disse para a nutricionista da merenda escolar que ia parar de entregar porque uma única viagem levava pouco alimento. Foi quando descobri o Mais Alimentos. Procurei o Banco do Brasil e em uma semana o financiamento foi aprovado; rápido e fácil”, conta.

Com o novo veí­culo ele consegue carregar dois mil quilos de alimentos de uma única vez. Isauro ainda destaca as vantagens com a aquisição. “O veí­culo é a óleo, fica mais barato que a gasolina. Minha economia com combustí­vel ultrapassa os 50%. Bem mais barato.”

Diversificação í  cultura do Tabaco

O Programa Nacional de Diversificação em íreas Cultivadas com Tabaco foi criado em 2005, quando o Brasil ratificou a Convenção-Quadro para o Controle de Tabaco (CQCT), e atende aos artigos 17 e 18 da convenção – que estimula o apoio a atividades alternativas economicamente viáveis. A convenção é o primeiro tratado internacional de saúde pública, que conta com a subscrição de 174 paí­ses membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), e orienta a implantação, pelos paí­ses signatários, de polí­ticas públicas que apoiem o combate ao tabagismo, considerado pela OMS uma epidemia não transmissí­vel e mundial. No Brasil há cerca de 70 projetos de pesquisa, capacitação e Ater em apoio í  diversificação para apoiar mais de 80 mil agricultores familiares. Juntos, esses projetos representam perto de R$ 17 milhões disponibilizados pelo MDA.

Em 2011, a SAF publicou chamada pública no valor de R$ 11,4 milhões para prestar assistíªncia técnica a dez mil famí­lias fumicultoras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Sergipe, Alagoas, Paraí­ba e Bahia. Em Dom Feliciano, a chamada vai beneficiar 160 famí­lias, com o intuito de propiciar ajuda técnica para a diversificação da produção e renda. Em Dom Feliciano, 250 famí­lias estão sendo beneficiadas com as ações do Programa de Diversificação do MDA. Os projetos apoiados pelo programa são destinados í  prestação de serviços de assistíªncia técnica e extensão rural para diversificar a área de tabaco dos agricultores, ensinando-os a produzir e apoiando-os no acesso ao mercado.
http://www.sonoticias.com.br/agronoticias/mostra.php?id=52777

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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