Os produtores de leite do Uruguai foram incentivados a aumentar sua produção e estão preocupados, porque quem envia leite fora da bacia da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite (Conaprole) não somente deve enfrentar uma baixa no preço do leite, mas também, parte desse crescimento está ameaçado frente í s plantas industriais que não acompanham esse investimento.
Depois de uma baixa nos preços, de 7,80 pesos (US$ 0,35) para 6,30 pesos (US$ 0,28) por litro, a preocupação agora está relacionada com aspectos estruturais, que consideram o risco de uma resposta í s políticas de crescimento projetadas.
No caso da Conaprole, a cooperativa garantiu o preço até o fechamento de seu exercício em 31 de julho e existe expectativa quanto ao ajuste de preços, embora não existam inconvenientes para receber o forte crescimento de seus produtores.
O representante da Cí¢mara Uruguaia de Produtores de Leite, Horacio Rodríguez, disse que o problema foi levantado e que as autoridades seguirão analisando o tema, «que é muito delicado e complexo».
Ele disse que estão alarmados pela política de redução de preço de «algumas indústrias lácteas e, em particular, de uma empresa desde maio. Além disso, essas correções não refletem o nível das exportações, porque até hoje os preços ao exterior seguem se mantendo e, no entanto, há indústrias continuam reduzindo os preços a seus produtores».
Ele disse que, embora esses sejam problemas comerciais de uma empresa, «os produtores são reféns dessa situação, porque hoje não há possibilidades de passar a outra planta, porque todas estão com suas produções no máximo».
Rodríguez disse que esse é um problema grave, porque um dos objetivos do Inale era aumentar a produção em 100% em dez anos e, em dois anos, após o crescimento de 20% em 2011 e 18% até agora em 2012, os produtores de leite praticamente não tem plantas onde colocar suas produções.
Por outro lado, o representante da Associação Nacional de Produtores de Leite, Alejandro Pacheco, disse que a situação é preocupante, porque os produtores trabalham abaixo dos custos de produção. «Além disso, para acompanhar o crescimento produtivo, o produtor teve que fazer investimentos, que agora não tíªm respostas. Porém, vemos que a situação desse tipo de empresa vai na contramão de outras que fazem fortes investimentos para captar mais leite».
O crescimento leiteiro no Uruguai tem sido possível em função dos melhores preços que o setor alcançou: esse foi o fator que permitiu alimentar com mais grãos as vacas, mas hoje, a Federação Panamericana de Lácteos (Fepale) maneja um preço sustentável de mais de US$ 0,30 por litro para superar o custo de produção e, nesse caso, os produtores afetados estão trabalhando com um preço de US$ 0,28 por litro, disse Rodríguez.
A reportagem é do El Observador