A produção de leite do Uruguai durante o míªs de julho desse ano foi de 171,618 milhões de litros, 4,4% a mais que o volume produzido no mesmo míªs de 2012, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Leite (Inale). A produção de leite durante os primeiros sete meses do ano foi de 1,051 bilhão de litros, 1,3% a menos que no mesmo período de 2012.
Segundo a analista do Serviço de Programação e Política Agropecuária (Opypa), María Elena Vidal, de acordo com os dados coletados e os estudos realizados sobre o tema, o aumento das captações de leite até o final do ano retomará os dois dígitos, devendo aumentar em 10%, o que possibilitará superar a barreira dos 2 bilhões de litros de leite.
“Para esse aumento tão pronunciado, confluem uma série de fatores. Por um lado, a melhora no preço que se espera que se concretize por parte das indústrias, devido ao aumento dos valores internacionais e pelo aumento na cotação do dólarâ€, disse Vidal.
A baixa na produção registrada nos primeiros sete meses do ano, segundo Vidal, deveu-se aos custos altos de produção, assim como ao fato de os primeiros seis meses do ano passado terem sido historicamente bons, de forma que a comparação entre eles dificilmente faria com que a porcentagem se mantivesse.
“Vale lembrar que o segundo semestre de 2011 foi excelente no setor produtivo e isso levou a um ‘efeito de arraste’ para a primeira parte do ano passado, com dados muito altosâ€, disse ela.
Por outro lado, o presidente da Cí¢mara Uruguaia de Produtores de Leite (CUPL), Horacio Leániz, preferiu não quantificar o aumento que deverá ocorrer na produção até o final de 2013, mas disse que a primavera terá um crescimento explosivo, que alcançaria 15% com relação ao mesmo período do ano passado.
Ele disse que, embora no primeiro semestre do ano tenha havido uma queda na produção de leite, ocorreu uma série de situações que se mostrariam positivas na segunda parte de 2013.
No outono-inverno as parições estão sendo muito boas e o clima tem sido positivo, o que permitiu realizar reservas chaves para que os segundos seis meses sejam muito bons. “Existe pasto em qualidade e quantidade, de forma que os animais estão pastando muito bem. Isso dá uma melhora econí´mica para os produtores de leiteâ€, disse Leániz. Por outro lado, a relação leite/grãos está muito positiva; a melhor dos últimos anosâ€, disse ele.
Nesse sentido, Leániz disse que um grão para alimentação das vacas, dependendo do tipo e do frete, está em torno de US$ 230 a tonelada. Por outro lado, o produtor de leite está recebendo em torno de US$ 0,40 por litro.
O clima também está jogando a favor de que aumentem as captações de leite, já que se espera que a primavera não seja nem muito úmida, nem muito seca. Já o clima na primavera de 2012 foi ruim, com chuvas e demais condições que dificultaram o trabalho nas fazendas leiteiras. A situação climática ruim do ano passado teve como consequíªncia, entre setembro e dezembro de 2012, queda nas captações em relação aos mesmos meses de 2011.
Leániz disse que existe uma importante demanda por leite que, somada aos valores que se pagam que são historicamente bons, ajudam a diluir os altos custos fixos, como impostos, rendas ou energia, e motivam os produtores de leite a buscar alternativas para aumentar sua produção.
Fonte: El País Digital