#Preços do leite atingem maior patamar dos últimos seis anos

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O consumidor brasileiro vai continuar sofrendo com os preços mais altos do leite ainda em setembro. Em julho, a expectativa era de que os valores começassem a recuar no começo do míªs, no entanto, a demanda alta, a entressafra prolongada e a desaceleração na produção na região Sul por conta do frio vão contribuir para que o preço do leite ao produtor se mantenha no atual patamar pelo menos até o iní­cio de outubro. Em agosto, o preço pago ao produtor bateu os R$ 1,0861 por litro. Este é o maior patamar dos últimos seis anos (já descontando a inflação do perí­odo) e a sétima alta mensal consecutiva, aponta levantamento do Centro Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O maior avanço foi verificado no Rio de Janeiro, onde o litro alcançou R$ 1,1339, aumento de 2,1% (ou de R$ 0,023 por litro).

Preços mais altos ao produtor implicam, inevitavelmente, reajustes ao consumidor. Segundo o IPCA (que mede a inflação oficial do paí­s), o consumidor brasileiro observou alta de 27,24% do leite nos últimos 12 meses terminados em julho. No Rio de Janeiro, no mesmo perí­odo, os preços do leite longa vida ficaram 33,25% mais caros.

Em efeito cascata, itens frequentemente presentes no café da manhã da população fluminense passaram a pesar no bolso: o queijo ficou 5,34% mais caro, o iogurte e as bebidas lácteas subiram 8,48% e o campeão de reajuste, o leite em pó, valorizou 17,31%. Somente entre a metade de julho e a metade de agosto, o leite ficou 5,46% mais caro, de acordo com o IPCA-15. Nas gí´ndolas dos supermercados do paí­s, em média, o preço do litro de leite foi para R$ 2,82, aponta a Scot Consultoria. Em julho do ano passado, o valor girava em R$ 2,30.

— Os preços tendem a ser mais altos para os consumidores no Rio já que o estado não tem produção expressiva de leite — afirma Paulo Ozaki, analista do Cepea.

Por conta do primeiro trimestre fraco, a leve recuperação da produção observada em julho ainda não foi suficiente para baixar o atual patamar. Ao longo do primeiro trimestre do ano, a produção de leite recuou 1,4%, diz Andres Padilla, analista do setor de bebidas e laticí­nios do Rabobank Brasil, citando dados do IBGE. Para o banco holandíªs, a previsão é de que o segundo trimestre também registre contração, em torno de 1%.

— Com menos leite, a demanda se mantém aquecida mesmo com a economia crescendo pouco e com a inflação. Há “briga” por leite no campo pois alguns laticí­nios não conseguiram produto suficiente. Produção menor e estoques baixos empurram o preço para cima — analisa Padilha. — Ninguém parou de consumir porque o preço aumentou e não está tendo leite suficiente para atender todos.

A expectativa, para o analista do Rabobank Brasil, é que os preços se mantenham estáveis até o iní­cio do quarto trimestre, quando a próxima safra de leite — oriundas do Centro-Oeste e do Sudeste — começa a entrar no mercado. Só neste momento, também prevíª o pesquisador do Cepea, os preços devam recuar.

— A tendíªncia é que os preços fiquem nos ní­veis atuais ao longo de setembro e que baixem em outubro, quando chega a próxima safra do Centro-Oeste e Sudeste. Em tese, os preços vão cair — diz Paulo.

Importações para suprir a demanda

Os preços mais altos não impediram que os brasileiros deixassem de consumir o produto. Ao contrário. Para suprir a demanda, o paí­s está sendo obrigado a importar leite. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do míªs de julho mostram que as importações da Argentina e do Uruguai, principais fornecedores do mercado brasileiro, registraram expressivos acréscimos de 31% e 72%, respectivamente, entre julho sobre junho de 2013.

— A entressafra ajudou a subir os preços mas a grande responsável pelos valores nas alturas é a demanda que continua aquecida – afirma Paulo Ozaki. — Aumentamos a importação e, com este movimento, precisamos analisar qual será a diní¢mica: os derivados importados entram no paí­s mais baratos, podem ajudar a baixar os preços.

No total, o volume de importações de lácteos cresceu 52% em julho comparado com o míªs anterior, somando 113,9 milhões de litros. As exportações, por sua vez, recuaram 8% em relação a junho, também contribuindo para o déficit da balança comercial brasileira diante do dólar mais alto.

A expectativa por uma queda nos preços devido í  importação também reflete outra realidade: os produtos importados são mais competitivos do que os nacionais, mesmo com o dólar valorizado, ou seja, serão fator adicional para forçar recuo dos preços para que a indústria nacional possa ganhar competitividade. O preço pago ao produtor brasileiro atinge um dos patamares mais caros do mundo, como resultado da produtividade menor e do ganho em escala, que ainda é pequeno comparado aos outros paí­ses.

Fonte:G1

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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