Preço pago pelas cooperativas está abaixo do custo. Só quem consegue entregar um volume maior acaba recebendo mais.
Há 15 anos Gilmar Ribas, de Unaí, noroeste de Minas Gerais, se dedica a criação de gado leiteiro.
Para melhorar a produção, ele investiu na compra de animais e de um tanque de expansão para armazenar o produto. Apesar disso, o resultado não é conforme o esperado.
Ele gasta cerca de R$ 0,72 pelo litro de litro produzido e está recebendo menos que isso: R$ 0,68.
Gilmar não tem funcionários, na ordenha trabalham os tríªs filhos e a esposa. Na casa simples, o produtor fez poucas melhorias e teme não conseguir terminar de pagar o trator, comprado há tríªs anos. Com dívidas e sem opção, ele pensa em abandonar a atividade.
O leite da propriedade de Gilmar é enviado para uma cooperativa abastecida principalmente por pequenos produtores. O diretor, Jesus Machado, explica que hoje produzir em pequena escala não é muito compensador. Existe uma grande diferença entre o preço recebido pelo pequeno e pelo grande produtor de leite por basicamente dois motivos: qualidade e volume.
Para amenizar esta desigualdade, alguns criadores de gado leiteiro de Unaí resolveram mudar a forma de trabalho.
A alternativa foi montar uma cooperativa para aumentar a quantidade de leite vendido. Assim, eles funcionam como um grande produtor.
Em grupo, são gastos cerca de R$ 0,60 para produzir um litro de leite e o ganho médio é de R$ 0,86 pelo litro.
Fonte: Globo Rural