Abaixo assinado com mais de 4 mil assinaturas será entregue ao governo federal no dia 28, em Brasília
Pecuaristas de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro participaram do manifesto “A Hora do Leiteâ€, realizado nesta sexta-feira, 14, na sede do Sindicato Rural de Campo Grande, MS, para alertar sobre a crise no setor leiteiro. Os produtores defendem que a importação de produtos seja taxada para proteger a produção nacional.
“Nossa preocupação está no aumento das importações e no alto custo de produção do leite no Estadoâ€, aponta Ruy Fachini, diretor secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
As demandas estão em um abaixo-assinado, que já conta com mais de 4 mil assinaturas, e foi entregue para a Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) durante a manifestação. A lista deve ser apresentada ao governo federal no dia 28 de setembro.
Uma das expectativas do setor é a retomada de uma legislação para taxar a importação de produtos. “Há cerca de 10 anos havia uma taxa para qualquer lácteo que entrasse no país, com 37% de imposto. Isso fazia com que nossos produtos pudessem competir de forma igualitária. Hoje não temos essa taxa e os governos vizinhos ainda contam com fortes subsídios para a produçãoâ€, afirma Dário Alves, presidente do Conselho Paritário Produtores e Indústrias do Leite (Conseleite/ MS).
O primeiro semestre de 2012 fechou com aumento de 520% na importação de lácteos. De 554 toneladas, o Estado alcançou 3.437 toneladas no acumulado de janeiro a junho de 2012. O Uruguai foi responsável por 65% do atendimento í demanda, seguido pela Argentina, com 33% do produto comprado por MS.
“Os baixos valores de alguns derivados do leite, como o queijo mussarela, praticados pelos países vizinhos, tem desvalorizado nosso produtoâ€, continua o presidente do Conseleite. O preço pago pelo quilo do queijo uruguaio e argentino atingiu uma media de R$ 7,00, enquanto somente o custo de produção do queijo sul-mato-grossense está em R$ 9,00.
Em Mato Grosso do Sul, 80% do leite vem dos pequenos produtores, com produção diária de até 100 litros. São 18 mil do total de 24 mil existentes no Estado. “Vivemos uma estagnação da produção há 10 anos e precisamos de incentivos para segurar esse produtor no campo e dar subsídios para que ele possa desenvolver melhor sua atividadeâ€, conclui Alves.
Fonte: Portal DBO