Com apoio tecnológico levado pela Emater, Iapar e Seab o umuaramense espera aumentar sua produtividade mesmo no inverno.
Trabalhando com rebanho leiteiro desde 2000, o produtor José Carlos Bortoli viu há seis meses seu sonho se tornar realidade. Com aumento na produção de leite a pasto e redução dos custos de produção, o umuaramense não precisou deixar sua propriedade e ainda teve e regresso de seu filho que estava trabalhando na cidade. Hoje com 100% da sua renda vindo do leite, o agricultor ressalta que a melhoria não foi um milagre, mas investimentos feitos em tecnologia. “Mesmo com a crise do leite, aumentamos nossa produtividade e diminuímos nos custos. Com isso nossa qualidade de vida melhorou”, disse.
Conforme Valdeli Reis, técnico agropecuária da Emater, na propriedade de Bortoli ocorreu uma união de técnicas desde o tratamento do solo com correção de nutrientes, adubação de pastagem, sombreamento, piqueteamento a organização da suplementação dos animais individualmente. Neste sentido, um dos objetivos do sistema é diminuir o custo de produção em até 50%. “Hoje o produtor sai de um custo de R$ 0,80 por litro de leite para R$ 0,45. Isto em um cenário em que estão pagando R$ 0,95 por litro de leite no mercado”, explicou.
Ainda conforme o técnico, com as melhorias na propriedade, o agricultor saiu de uma produção de 14 litros de leite dia/por animais, para 19 litros, um aumento de cinco litros por animal. “Mesmo com a chegada do inverno, a expectativa é manter a renda e até aumentar, pois também trabalhamos com o planejamento forrageiro, que dimensiona o volume de comida que os animais precisam para o ano todo. Queremos sair de uma média de 700 litros de leite por dia para 800 litros dentro do inverno”, explicou.
Neste caso, a tecnologia vai além de um bom pasto e complemento alimentar em épocas de seca e geada. O pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná, Vanderlei Bett, contou que no Programa Mais Leite, o sistema observa todos os caracteres da produção de leite, como produção do pasto de qualidade respeitando a fisiologia da planta até o complemento de nutrientes individualizado. Neste ciclo de produção, cada vaca é analisada e recebe sua ração separada. “Uma vaca é diferente da outra, por isso os técnicos vão até a propriedade para fazer o balanceamento da ração individualmente. Com os dados de cada vacas calculados a suplementação e fornecida em cochos separados”, explicou.
Volume da produção leiteira
regional poderia ser 50% maior
Dados da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (SEAB), mostram que a região Noroeste teve aumento de 28% na produção de leite entre os anos de 2013 a 2014, porém este número poderia ser maior. “Hoje somos a oitava bacia leiteira do Estado e percebemos que temos muito potencial de crescimento, uma vez que cerca de 60% das nossas pastagens estão degradas”, disse José Antônio de Andrade Duarte, chefe da região da Seab.
Ainda segundo Duarte, só em Umuarama a produção de leite sai dos 20 mil litros por dia para 70 mil litros, gerando renda de aproximadamente R$ 30 milhões anualmente com empregos diretos e indiretos. “Alguns produtores estão entendendo que a pastagem é uma lavoura e precisa de adubação e correção de solo. Por isso acredito que nossa produção poderia ser o dobro com 150 mil litros dia”, ressaltou.
Por o leite representa uma grande parcela de rendimento do município na última sexta feira foi realizado uma Tarde de Campo para mostrar as tecnologias na produção de leite. No local mais de oitenta produtores participaram das palestras. “O leite mantem o homem no campo, pois faz parte da atividade da economia rural familiar. Por isso temos que ter uma atenção especial com estes produtores levando tecnologia e melhorias na qualidade de vida com custo zero”, ressaltou Duarte.
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