Seca no Estado prejudicou principais produções na agricultura mineira como o feijão e o milho; uma comissão técnica será formada na tentativa de amenizar o prejuízo
Nesta quarta-feira (19) o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Zé Silva, levou uma série de propostas a Brasília, onde esteve reunido com o Ministro da Agricultura Antônio Andrade e com o secretário de Agricultura Familiar do Ministério de Desenvolvimento Agrário Valter Bianchini. As reivindicações dão conta de ações que possam amenizar a situação dos produtores rurais que foram atingidos pela seca em algumas cidades mineiras.
De acordo com dados levantados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), este ano, houve a perda de 70,4 mil toneladas de feijão, o que corresponde a 11% da safra mineira. No caso do milho, um dos principais grãos cultivados no Estado, as perdas devem girar em torno de 1,5 milhão de toneladas, o equivalente a 21% de toda a safra prevista para este ano. A soja também sofreu com a estiagem, perdendo 340 mil toneladas da produção, ou 9% da safra. Na pecuária, também houve a redução da produção de leite. Este ano, ela será 20% menor por causa da seca.
Após a reunião ficou decidido que será criada uma comissão técnica formado pelos estados que tiveram prejuízos com a estiagem e no caso de Minas Gerais, pela federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Organização das Cooperativas de Minas Gerais (Ocemg), União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário.
“O ministro da Agricultura se comprometeu a enviar técnicos a Minas Gerais para auxiliar na avaliação dos prejuízos. Esta será a primeira etapa do trabalho do grupo técnico. Em seguida, serão avaliadas as medidas para compensar as perdas sofridas pelos produtores rurais”, explicou o secretário Zé Silva
O secretário ainda avaliou que é preciso construir a política pensando a longo prazo, porque os governos não estão preparados para as intempéries que acontecem. «A receptividade em relação as reivindicações foram boas, mas ainda não receberam resposta. Vamos concluir a formação desse grupo técnico primeiro e analisar quais as medidas serão tomadas. Mesmo porque as chuvas já começaram em algumas dessas cidades que sofrem com a seca, vamos esperar para ver se com as chuvas, essas perdas vão se estabilizar ou se irão aumentar. E aí iremos voltar a discutir as medidas que devem ser adotadas», informou.
Confira as propostas apresentadas para amenizar os prejuízos causados pela seca:
– Renegociação imediata das dívidas dos agricultores e pecuaristas
– Disponibilidade de grãos para alimentação animal dos estoques governamentais a preços subsidiados para os avicultores, suinocultores, bovinocultores, caprinocultores e ovinocultores
– Disponibilidade de grão para alimentação animal dos plantéis dirigidos pelos agricultores familiares
– Ampliar a disponibilidade de recursos financeiros para construção de barragens subterrâneas e cisternas de placas, especialmente no semiárido
– Disponibilizar recursos financeiros para construção de barraginhas
– Ampliar a disponibilidade de recursos para subvenção do seguro rural e elaborar um plano de trabalho para melhorar a divulgação junto aos Sindicatos, Cooperativas e Associações, bem como criando mecanismos para a inclusão destas entidades no programa
– Rever a forma em que a cobertura do Seguro Agrícola está instituída, baseada na produtividade média das lavouras, seguindo critérios e levantamento do IBGE. A média da produtividade não representa a produtividade de um número significativo de agricultores que estão em níveis elevados de tecnologia e de investimentos
– Estudar uma forma de cobertura, feita através da estratificação dos agricultores por níveis de tecnologia, em baixa, média e alta tecnologia, considerando a produtividade para cada nível de acordo com estudos e pesquisas regionalizadas
– Ampliar a disponibilidade de recursos para os agricultores familiares, via Plano Safra, para os municípios atingidos pelo veranico
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