Leite: Região Oeste concentra mais de um terço de toda riqueza agrícola da Bahia

A região se destaca pela produção de grãos, principalmente soja, milho e algodão, além da pecuária leiteira, que tem maior produtividade por hectare que os Estados Unidos - maior produtor mundial
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Os números ajudam a entender por que a região do extremo Oeste baiano é uma das que mais crescem e impulsionam o desenvolvimento da economia do estado. Nos 24 municípios da região estão concentrados 34,2% do PIB agropecuário da Bahia, o que representa mais de um terço de toda a riqueza produzida pelo setor no estado. Municípios como São Desidério, um dos quatro mais ricos do Oeste, têm sua economia baseada fundamentalmente na agropecuária, que responde por 69,2% do PIB municipal.

De acordo com o professor de Economia e coordenador de estatística da SEI (Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia), Urandi Freitas, o município tem a maior área territorial plantada no país e é o maior produtor de algodão do Brasil. “A concentração de riqueza que tem em São Desidério é grande, uma vez que o município detém o maior PIB agropecuário do país, com R$ 1,1 bilhão, em 2014”, destaca.

Produção
As principais culturas agrícolas da região são soja, algodão e milho. Em 2014, a região exportou mais de dois milhões de toneladas de soja e derivados, cerca de 220 mil toneladas de algodão e subprodutos, e quase 62 mil toneladas de milho e derivados. Formosa do Rio Preto, quarto município mais rico da região, é o maior produtor de soja do estado e quinto maior do Brasil. A cidade é considerada ainda o segundo maior produtor de algodão do estado, quarto produtor baiano de arroz e décimo maior produtor de milho da Bahia.

Segundo Urandi Freitas, a soja é a principal cultura do Oeste. “O destaque é Formosa do Rio Preto, principal produtor de soja da região, seguido por Luís Eduardo Magalhães e Barreiras”, afirma.

Com quase 350 mil hectares de área plantada e colhida, Formosa produziu 859.315 toneladas do grão, em 2013. Os outros dois principais produtores, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, produziram 358.211 e 307.732 toneladas de soja, respectivamente.

O produtor Renato Faedo saiu de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, há 24 anos, para plantar soja no Oeste. “A região está em cima de um dos maiores aquíferos do mundo, que é o Urucuia. Isso favorece a agricultura irrigada em função da disponibilidade de água, tanto no subsolo quanto na superfície”, ressalta o produtor sobre os atrativos da região. Atualmente, além das seis mil toneladas de soja por ano, produz também milho e algodão na fazenda que fica no limite de Barreiras com Luís Eduardo Magalhães. “A maior parte da soja é voltada para a exportação”, afirma.

Algodão
A segunda cultura mais importante da região Oeste é o algodão. O município de São Desidério é o maior produtor de algodão do Brasil, com 12,4% da produção nacional segundo o IBGE, e também o que mais produz algodão no Oeste, com 361.022 toneladas, em 2013.

“Com mais de um milhão de hectares plantados, o município é conhecido mundialmente pelo volume de grãos produzidos, principalmente algodão, com a produção concentrada no distrito de Roda Velha”, conta Urandi Freitas.

De acordo com o presidente Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) está instalando uma indústria no município para transformar o caroço do algodão em óleo e farelo. “A indústria será construída a partir de abril e deve ficar pronta em um ano e meio. O investimento inicial é de R$ 60 milhões e serão gerados 150 empregos”, adiantou.

O segundo maior produtor regional de algodão é Formosa do Rio Preto, com 155.124 toneladas, seguido de Correntina com 132.419 toneladas.

Milho é o terceiro produto mais cultivado na região, com destaque para São Desidério como maior produtor, com 496.046 toneladas/ano. Em seguida, destacam-se a produção de Barreiras com 241.869 toneladas e a de Formosa do Rio Preto, 228.242 toneladas de milho.

Pecuária
Outro setor produtivo que também merece destaque na região do Extremo Oeste é a pecuária leiteira. O município de Jaborandi, que já abriga a fábrica da Leitíssimo, se prepara para receber cerca de R$ 10 bilhões em investimentos para a construção do maior empreendimento de produção de leite do país – a unidade da AgriBrasil. O grupo holandês pretende ocupar um total de 244 milhões de metros quadrados já arrendados, gerar 1.500 empregos diretos e atingir a meta de produção de cinco milhões de litros de leite por dia – o que representaria o maior volume produtivo do mundo.

O município Jaborandi, que já abriga fábrica da Leitíssimo, se prepara para receber R$ 10 bilhões da AgriBrasil (Foto: Divulgação)

A fazenda Leitíssimo, instalada no Oeste há 14 anos, já produz mais leite por hectare do que fazendas dos Estados Unidos, maior produtor do mundo, e quase três vezes mais do que na Nova Zelândia, maior exportador mundial. Segundo o gerente-geral da Leitíssimo, Dave Broad, a fazenda produz atualmente entre 25 a 60 mil litros por dia e deve atingir um total de 14 milhões de litros de leite ao final de 2015. “Aqui na Bahia, temos 40 toneladas de pasto por ano, enquanto na Nova Zelândia só conseguimos 15 toneladas. Por isso chegamos a uma produtividade três vezes maior”.AtrativosPara o presidente do Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados), Paulo Cintra, a região do Extremo Oeste oferece alguns atrativos naturais que contribuem para o desenvolvimento agropecuário. “O local é perfeito para o plantio da alimentação do gado. O clima de planalto, com altitude próxima a 900 m, não é muito úmido e isso é melhor para os animais. Além disso, são municípios que têm estações e chuvas regulares, o que permite um planejamento de irrigação”, ressalta presidente do Sindileite.“Se você está nos trópicos, tem a vantagem de manter o pasto o ano todo. Em outras regiões, como Minas Gerais, têm muito frio no Inverno. Na Nova Zelândia é frio o ano inteiro. Aqui a temperatura média é de 23 graus o ano todo. Para a vaca isso é muito bom”, conclui Dave Broad.

São Desidério tem maior PIB agrícola do Brasil
Se os números da economia do Extremo Oeste impressionam, o município de São Desidério, isoladamente, possui grande participação na geração de riqueza da região. É de lá o maior PIB agrícola do Brasil – R$ 1.143.505.

O município possui ainda o terceiro maior PIB da região Oeste – R$ 1.652.328 – e tem sua economia baseada, principalmente, na agropecuária, que responde por 69,2% do PIB municipal. O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, destaca que a grande vocação da região é para o agronegócio.

“Temos grande quantidade de áreas planas e muitos rios. Atualmente, estamos trabalhando para o desenvolvimento da agroindústria. O município de São Desidério é também o maior produtor de algodão herbáceo do Brasil, com 12,4% da produção nacional, segundo o IBGE”, informa Busato.

A produção agrícola superou as mais competitivas do Brasil em 2012. Até então, o título de maior produtor do país era de Sorriso, no Mato Grosso. Em 2013, Sorriso perdeu um novo título para São Desidério, dessa vez o de maior PIB agrícola do país. Para o coordenador de informações do IBGE, Joilson Souza, chama atenção o PIB per capita (por pessoa) do município – R$ 57.132,47. “É o maior da região, enquanto a média do PIB per capita de todo o Oeste é de R$ 19.777,22”, destaca Joilson, que explica ainda que o valor está relacionado ao baixo número de habitantes.

São Desidério possui 28.921 residentes, enquanto o município mais populoso do Extremo Oeste, Barreiras, possui 141.081 habitantes. A segunda atividade mais forte em São Desidério é a prestação de serviços, que corresponde a 22,9% do PIB municipal, um total de R$ 378.929. Em seguida, destaca-se a indústria, que representa 4,5% do PIB (R$ 75.031) e, por último, a arrecadação de impostos, que responde por 3,3% do PIB – um total de R$ 54.863.

http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/regiao-oeste-concentra-mais-de-um-terco-de-toda-riqueza-agricola-da-bahia/?cHash=a18842493c57f11eee58c7a7cf64e7c7

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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