Goiás: 4º maior produtor de #leite

Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

 

Com cerca de 60 mil pecuaristas de leite, o Estado se tornou referência nacional pelo trabalho que vem realizando para fortalecer sua cadeia láctea

As indústrias processadoras de leite adquiriram, no segundo trimestre deste ano, 5.785 bilhões de litros do produto, indicativo de aumento de 8,4% sobre o segundo trimestre de 2013 e queda de 6,5% sobre o primeiro trimestre de 2014. Os indicativos são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A industrialização foi de 5,761 bilhões de litros, equivalente a 8,2% de aumento sobre o mesmo período do ano passado e queda de 6,6% sobre o volume registrado no primeiro trimestre de 2014. Goiás desponta no cenário.

No comparativo mensal com o mesmo período de 2013, a aquisição manteve-se relativamente crescente em todos os meses do segundo trimestre de 2014, tendo registrado em maio a maior variação. No Centro-Oeste todos os Estados apresentaram queda em suas aquisições, sendo mais sensível a registrada em Goiás, justificada pelo período de estiagens na região, que ocasionou a maior concorrência pelo produto. Minas Gerais é o Estado que mais adquire leite: 27,4% do total nacional no 2º trimestre de 2014. Na sequência, destacam-se o Rio Grande do Sul, com 13,5%; o Paraná, com 11,6%; Goiás, com 10,9%; e São Paulo, com 10,2% de participação.

Potência

Goiás é a quarta potência do ranking leiteiro nacional. A produção goiana é de 3,5 bilhões de litros por ano, e consome apenas 20% deste total. O restante é comercializado para outros Estados e alguns países em forma de leite em pó, leite longa vida ou produtos derivados, como queijos, manteiga e iogurtes. A capacidade industrial gira em torno de 16 milhões. Essa produção representa 10,8% da produção do Brasil. A estimativa é a de que o Estado detenha 60 mil pecuaristas de leite. Mais de 220 mil pessoas encontram-se envolvidas na atividade. Os dados são da Complem (Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos). Segundo a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), o setor movimentou R$ 3,8 bilhões nos 246 municípios goianos, em 2013.

Segundo Alfredo Luiz Correia, diretor do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Goiás (Sindileite-GO), “as indústrias têm trabalhado de forma incansável, motivando os demais elos da cadeia láctea no sentido de que a produção, a qualidade e o consumo interno aumentem a cada ano”. São projetos harmônicos, porque não adianta crescer a produção se não são abertos novos mercados. Hoje, por exemplo, o parque industrial de Goiás no setor lácteo tem capacidade para processar até 18 milhões de litros por dia, ao passo que a produção não passa de nove milhões. “Então temos metade do parque disponível”, observa Correia.

Goiás, hoje, virou referência nacional pelo trabalho que vem realizando para fortalecer sua cadeia láctea. O aumento do consumo e as exportações devem ser observados, pois a produção de leite no Brasil cresce anualmente de forma acentuada, ao passo que o consumo não atinge os mesmos níveis, segundo a Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG). Caso o setor caminhe com esse desnível, “em breve teremos um grande excedente de leite no País, que poderá prejudicar toda a cadeia. A saída é uma só: aumentar o consumo interno e buscar novos mercados, com alto poder de competitividade”, pondera Alfredo Luiz Correia.

Cadeia diferenciada

Os quatro elos principais da cadeia láctea do Estado de Goiás – produtores, transportadores, indústrias e comércio varejista – vêm trabalhando de forma harmônica com um só objetivo: se situarem, em breve, entre os mais modernos do País nesse seguimento. O grande salto desta cadeia começou em 1996, quando os produtores, as indústrias e o governo começaram a trabalhar intensamente melhorando o rebanho leiteiro e nosso parque industrial, hoje considerado um dos mais modernos do mundo em termos de tecnologia. Goiás, naquele ano, era o sexto maior produtor nacional. Em cinco anos, subiu para segundo e, hoje, está com sua posição consolidada, embora precise avançar mais, pois estamos em quarto lugar no ranking nacional.

Apesar de se situar geograficamente longe dos grandes centros consumidores do País, esta cadeia é altamente competitiva, seja na logística, na qualidade ou na eficiência de sua produção, inclusive competindo com Estados que são beneficiados com zero por cento de ICMS e com incentivos para adquirirem equipamentos industriais e frotas de veículos. Os Estados com ICMS zero, em princípio, têm maior poder de competição e Goiás, embora recolha 5% desse tributo, está no páreo, em busca de novos mercados tendo, como item favorável, a eficiência de gestão em toda a cadeia, vendendo o seu excedente no Brasil e no exterior.

parcerias

Um dos fatores que têm impulsionado muito a cadeia láctea em Goiás é a parceria entre governo, indústria e produtores. O governo tem facilitado o trabalho das indústrias que estão investindo, hoje, em campanhas de incentivo ao consumo de leite e derivados. Em Goiás, a campanha foi lançada em fevereiro de 2006 e, em apenas oito meses, aumentou em 17% o consumo. Nesse mesmo período, reduziu também em 42% o consumo de leite sem inspeção sanitária (não pasteurizado), produto que oferece riscos à saúde humana. Esta redução de consumo de produto não inspecionado significa mais leite colocado à disposição do consumidor com mais qualidade, reduzindo gastos do governo em saúde pública. Já o aumento no consumo de leite inspecionado reflete também no maior volume de arrecadação para o Estado.

Assistência

Um item que vem sendo olhado com grande interesse é o projeto que visa levar assistência técnica ao campo. Esta iniciativa, que já começou a gerar frutos, pois muitas indústrias já contrataram técnicos especializados, vai oferecer condições para que o produtor rural tenha eficiência, qualidade e baixos custos. Enfim, que ele saiba realmente gerenciar o seu empreendimento. Encabeçado pelo Sindileite, o projeto envolve indústrias de laticínios, órgãos governamentais, universidades, entidades de classe, empresas privadas e outros seguimentos que já começaram a executar um grande plano de ação no Estado, no sentido de levarem assistência técnica eficaz e permanente ao produtor.

Grande parte dos produtores goianos já produz leite com eficiência e melhor qualidade. Mas é preciso aumentar este leque, e a assistência técnica será uma das ferramentas. Isto porque, no momento, o Estado produz nove milhões de litros de leite/dia. Deste total, 85% são produzidos por apenas 25% dos produtores. Os outros 75% são responsáveis por apenas 15% do restante da produção. É preciso dar condições para que esta maioria absoluta de produtores tenha condição de aumentar sua lucratividade. As principais bacias leiteiras do Estado estão localizadas nos municípios de Piracanjuba, Morrinhos, Goiatuba, São Luiz de Montes Belos e na chamada região da Estrada de Ferro.

Aliado a esse projeto de assistência técnica, o Sindileite já executa também outra iniciativa, que é a compra de tourinhos da raça holandesa – que são repassados posteriormente aos produtores, através de financiamentos, seja através das indústrias, seja através do Fomentar, instituição do governo goiano com linhas de crédito para micro e pequenas indústrias, além de produtores rurais. Os juros para a quitação dessas compras de tourinhos são de 1,5% ao ano, e vão baixando até 1,2% com as amortizações. Para essas transações comerciais, as indústrias de laticínios são as fiadoras dos produtores que quitam suas dívidas com cotas de leite em até 36 meses.

O projeto de compra de tourinhos prevê a aquisição de mil animais anualmente. Depois de um período de adaptação, principalmente pré-imunização contra doenças transmitidas pelos carrapatos, são repassados aos produtores. Os tourinhos são adquiridos em Estados onde há rígido controle leiteiro, como o Paraná. Os animais são filhotes de vacas que produzem, no mínimo, nove mil quilos de leite/ano. Há tourinhos cujas mães produziram até 16 mil quilos/ano.

O setor vem se recuperando de forma segura, principalmente em se tratando de remuneração para os produtores rurais que estão com seus custos de produção menores que os valores pagos pelas indústrias. Isto significa melhores condições para aquisição de tecnologia para as fazendas e melhoramento do rebanho leiteiro estimado, hoje, em 2,3 milhões de cabeças.

http://www.dm.com.br/texto/191624-goias-4-maior-produtor

 

 

 

 

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas