Estação de tratamento de rejeitos é a 1ª do país a gerar energia em laticínio

Processo libera biogás, que será usado nas caldeiras da indústria em Goiás. Medida diminui o uso de recursos naturais e os gastos da empresa.
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Processo libera biogás, que será usado nas caldeiras da indústria em Goiás.
Medida diminui o uso de recursos naturais e os gastos da empresa.
O Laticínios Bela Vista inaugurou nesta quarta-feira (25) uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) que vai produzir energia através da filtragem sem oxigênio da água descartada pela empresa, localizada em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. Esse sistema é o primeiro em funcionamento no país e o único no mundo instalado dentro de uma indústria desse gênero.

Com essa nova estrutura, a água passa por um tratamento mais eficiente, podendo até ser reaproveitada dentro da indústria. Além disso, o procedimento produz biogás, que será usado para gerar energia para o laticínio. A medida diminui o uso de recursos naturais e os gastos da empresa. O custo de implantação foi de R$ 11 milhões.

A estação será utilizada para tratar os resíduos líquidos. A água misturada com leite e outros derivados é enviada para um reator, onde ficar parada em um grande tanque. Com isso, os microrganismos que formam o lodo vão se desenvolvendo e se alimentando da matéria orgânica presente na água. Neste processo é produzido o biogás, usado nas caldeiras. O procedimento é considerado anaeróbico, ou seja, sem oxigênio.

Anteriormente, a água era mandada para tanques onde ficava em agitação por um tempo para receber oxigênio. Assim, outros tipos de microrganismos podiam sobreviver e se alimentar da matéria orgânica. Em seguida, a água era depositada em reservatórios onde a parte sólida ficava presa no fundo. Por fim, a água limpa era retirada. O processo é denominado aeróbico.

Economia
De acordo com o gerente corporativo de meio ambiente da empresa, Jefferson Araújo, o processo antigo gerava uma média de 20 toneladas de lodo por dia, que precisavam ser retirados dos tanques. Com isso, o laticínio gastava cerca de R$ 50 mil por mês.

“O novo processo, anaeróbico, gera pouquíssimo lodo, pois o lodo que morre vira matéria orgânica e é consumido de novo dentro do próprio reator, gerando mais gás. Além de economizar com a retirada do material, fornece energia. É um investimento que acaba se pagando entre 4 e 7 anos”, disse.

Ainda segundo Araújo, a energia produzida por hora com o gás equivale ao suficiente para abastecer 20 caminhões circulando 500 km por dia. O novo combustível também evita que sejam cortados 400 eucaliptos, os quais seriam usados nas caldeiras.

Diretor industrial do laticínio, Marcos Helou conta que a ideia vai permitir que o laticínio aumente a produção, pois conseguirá tratar uma quantidade maior de água. “O sistema anterior era bom, mas gerava muito lodo e consome muita energia. Com esse, há o aproveitamento do biogás, gera pouco lodo e aumenta a qualidade da água, que pode até ser reaproveitada”, explicou.

Tecnologia
Ainda segundo o diretor industrial, mesmo sendo moderna, a ETE anaeróbica já apresentou bons resultados e provas da qualidade de seu funcionamento. “Pode parecer chavão, mas é um empreendimento moderno e responsável”, destacou Helou.

Já José Luiz Papa, presidente da divisão brasileira da ADI Sistemas Ambientais, empresa canadense que forneceu a tecnologia e equipamentos, destaca que esse novo processo de tratamento da água descartada pelo laticínio tem vários benefícios ambientais, além dos econômicos já relatados.

“Existe algo muito importante para uma indústria como essa que é a ausência de odor. Além disso, nesse tipo de processo você pode jogar restos da produção na água que ela será filtrada com eficácia, o que não podia ser feito no outro sistema. Assim, você diminui o risco ambiental ao transportar e até descartar esses resíduos em locais não oficiais, por exemplo”, explicou.

http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/11/estacao-de-tratamento-de-rejeitos-e-1-do-pais-gerar-energia-em-laticinio.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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