#Com a seca, criadores de PE já perderam 960 mil cabeças de gado

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Dados são de pesquisa realizada pela USP a pedido do Governo do Estado. Dois anos sem chuva transformaram fazendas em cemitérios de animais.

 

 

A maior seca das últimas décadas no estado segue castigando os proprietários de gado de todo o Nordeste. Os pecuaristas precisam, com cada vez mais urgíªncia, de alternativas de convivíªncia com o semiárido para evitar a morte dos bichos, prejuí­zos na economia e maiores impactos ao meio ambiente. Os repórteres Mí´nica Silveira e Augusto César percorreram 3 mil quilí´metros em 15 cidades do estado e apresentam, a partir desta segunda-feira (22), uma série de reportagens da Globo Nordeste sobre o tema.
“Se o governo não tomar uma providíªncia vai se acabar o gado do nordeste. Todo, todo, todo, só vai ficar a lembrança”, lamenta o produtor de leite Eraldo Cordeiro. Na realidade, alguns pecuaristas já vivem com a lembrança na cabeça; de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) a pedido do Governo do Estado, Pernambuco já perdeu 250 mil cabeças de gado. Se o cálculo for feito levando em consideração a morte, saí­da, venda e abate precoce, o número sobe para 960 mil animais.
A estiagem acaba com a produção agropecuária e transforma propriedades em cemitérios de animais. Natanael Vilela já perdeu as contas de quantos animais morreram na propriedade dele. “Sinceramente não sei. í‰ humanamente impossí­vel controlar hoje o prejuí­zo na situação em que está porque são dois anos sem chuva, sem trovoada, sem inverno. Só temos desgaste, prejuí­zo, mas enquanto eu puder, ficarei de pé”, afirma veementemente o criador. â€œí‰ impossí­vel se acostumar”.
Para compensar a falta dos alimentos tradicionais como farelo, palma e milho, o Governo do Estado tem enviado cana-de-açúcar para o Sertão e o Agreste em pontos estratégicos. Itaí­ba, por exemplo, é um dos locais de distribuição escolhidos. “Estou me sentindo muito feliz porque chegou esse material. Nós estávamos servindo o gado com mandacaru, que também está em falta. Agora é só o governo que manda essas caninhas para alimentar os bichos”, diz o agricultor João Lima.

Estado reconhece que não tem logí­stica para alcançar todos os que precisam de ajuda (Foto: Reprodução/TV Globo)
No entanto, nem todo mundo consegue levar tudo o que precisa para sustentar seu rebanho. “Cheguei aqui bem cedo e eles ficaram dividindo, pedindo para eu esperar. Fui embora para casa e quando vim de novo, não tinha mais”, reclama dona Josefa Lins. “Estou levando as sobrinhas para as minhas vacas. Vendi terras para alimentar as vacas, então não posso mais fazer cadastro para pegar ração porque dizem que não tenho terra. Para o gado não morrer de fome, pego as sobrinhas”, diz o agricultor e criador José Machado. Com a carroça, ele leva tudo o que sobrou e pode carregar até sua fazenda.
Ajuda insuficiente
De acordo com a Secretaria de Agricultura de Pernambuco, o alimento não chega para todo mundo porque a logí­stica para alcançar todos os pecuaristas é muito complicada. “Temos 110 mil criadores no nosso estado, especialmente no Agreste, onde está localizada nossa bacia leiteira. Não temos logí­stica para alcançar todos eles no campo; estamos num esforço enorme para alcançar 50%”, afirma o secretário Ranilson Ramos.
Ele explica, ainda, que a atual alternativa de alimento para o gado, a cana-de-açúcar, está prestes e acabar. Pernambuco vai contar com mais 20 dias de transporte de cana para o interior do estado, mas um plano B já está em execução. “O governador Eduardo Campos liberou R$ 4,5 milhões para que a gente possa produzir milho forrageiro e distribuir para os criadores”, explica o secretário.
O forrageiro é uma variedade de milho precoce que fica pronta para colheita em cerca de 45 dias e produz palha em vez de grãos. A secretaria está fazendo um levantamento das áreas mais indicadas para irrigação e plantação de mil hectares (30 mil toneladas) de milho forrageiro e também a construção de 990 poços artesianos no Agreste.
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/04/com-seca-criadores-de-pe-ja-perderam-960-mil-cabecas-de-gado.html

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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