#Bons ventos sopram no Uruguai

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A entrada da Venezuela no Mercosul, a demanda sustentada por lácteos e a queda na oferta poderão beneficiar o Uruguai, de acordo com o presidente da Cí¢mara Uruguaia de Produtores de Leite (CUPL), Horacio Leaniz. Com isso, os preços se estabilizarão sobre os bons valores atuais ou poderão aumentar nos próximos meses.

«Tudo induz a pensar que o preço do leite em pó ficaria em torno de US$ 3.800 por tonelada nos próximos meses». Ele disse que a demanda está alta, enquanto no Hemisfério Norte, devido a uma relação grão-leite não favorável, os Estados Unidos e a União Europeia (UE) estão restringindo sua oferta exportável.

Em um contexto onde não há produção a pasto em grande escala, ou em que a produção é complementada com grãos, a grave seca que acomete os Estados Unidos não somente dificulta a produção de leite nessa região, mas também na Europa, que importa grãos dos americanos.

Ele disse que o Uruguai tem vantagens práticas com relação a seus competidores. «Por um lado, por questões polí­tico-ideológicas, desenvolveu-se um comércio sustentado e com valores muito bons com a Venezuela. Isso se estendeu aos operadores de ambos os paí­ses, que desenvolveram uma relação muito estreita, sobretudo com empresas lácteas menores. Elas vendem entre 80% e 100% de suas exportações, basicamente queijos, a esse mercado. Além disso, vários produtos são exportados com um dólar cotado de forma diferencial, que é bastante favorável ao Uruguai».

O analista do Instituto Nacional de Leite (Inale), Gabriel Bagnato, disse que hoje a situação a ní­vel mundial para o mercado de lácteos é boa, já que o alto estoque existente no ano passado, fruto de um bom clima e de uma produção incentivada pelos preços elevados, mudaram bastante.

«Chegou-se a um equilí­brio, já que importantes exportadores como Estados Unidos passaram a não ser tão competitivos por seus custos de produção. Isso se aprofundou com a seca registrada nesse paí­s (considerada como a pior de sua história)».

«Tudo isso faz com que os compradores percebam um cenário de estoques baixos e, como consequíªncia, os preços dos lácteos tendam a ficar em valores iguais ou melhores que os atuais. Como referíªncia, a tonelada de leite em pó tenderá a ficar próximo a US$ 4.000 por tonelada até o começo de 2013».

Para Bagnato, a situação do Uruguai é ainda mais favorável, já que o paí­s conta com nichos de mercado muito bons, onde outros competidores entram com desvantagens. Ele destacou a entrada da Venezuela no Mercosul como muito benéfica ao Uruguai, citando como exemplo a tarifa de exportação de leite em pó a esse mercado, de 28%, onde o Uruguai entrará com tarifa zero.

O caso do Brasil, outro grande comprador de lácteos uruguaios, é diferente, mas, na prática, também benéfica. Isso porque, por ser integrante do Mercosul, os lácteos uruguaios entram no mercado brasileiro em condições vantajosas e o principal possí­vel competidor nesse caso, que também teria as mesmas condições, que é a Argentina, está com problemas produtivos, não podendo suprir a demanda brasileira, segundo ele.

O consultor e ex-presidente da Junta Nacional do Leite (Junale), Juan Peyrou, concordou com a previsão de manutenção ou aumento de preços internacionais, descartando uma baixa nos preços. Ele disse que as melhores notí­cias víªm do lado da demanda, já que os maiores compradores são os paí­ses em desenvolvimento, que não foram tão afetados pela crise econí´mica, como ocorreu com Estados Unidos e UE.

A oferta internacional deverá se manter estável até 2014, embora apareçam sinais de que a produção mundial aumentaria, o que poderá influenciar na baixa dos preços. Peyrou disse que Nova Zelí¢ndia e Austrália tíªm boas perspectivas de produção, o Brasil está com um cenário de alta e a Argentina, se mantiver as atuais politicas, não representa uma ameaça. Para ele, o maior «perigo» seria a UE, que a partir de 2015 não terá mais cota de produção de leite e poderia ter um aumento na produção.

Falando no Dairy Event, em EuroTier, na Alemanha, a economista no setor leiteiro, Mary Ledman, do Dairy Dairy Report, disse que a produção mundial de leite cresceu em 22,5 milhões de toneladas desde 2007 e disse que esse ní­vel poderá se manter em 2013.

A reportagem é do El Paí­s Digital

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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