Blairo Maggi: Brasil suspende importação de leite do Uruguai

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou nesta terça-feira, 10, que o Brasil suspendeu a importação de leite do Uruguai por tempo indeterminado, por suspeitas que o alimento não seja totalmente produzido naquele País, o que prejudica o produtor nacional.
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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou nesta terça-feira, 10, que o Brasil suspendeu a importação de leite do Uruguai por tempo indeterminado, por suspeitas que o alimento não seja totalmente produzido naquele País, o que prejudica o produtor nacional. O governo suspeita que o Uruguai importe o leite da Argentina e reexporte o produto para o Brasil, com custos ainda competitivos com o produzido aqui. Uma investigação da Receita Federal não conseguiu comprovar a triangulação, o que levou à suspensão das importações para uma avaliação mais apurada.

Em 2016, 86% do leite em pó desnatado e 72% do leite em pó integral exportado pelo Uruguai tiveram o Brasil como destino, sendo que 36% do comércio de produtos do agronegócio entre os dois países referem-se a produtos lácteos.
“Entidades que lidam com leite e produtores têm reclamado muito da quantidade de leite importada do Uruguai. Há uma grande suspeita (…) de que o leite oriundo do Uruguai não seja do Uruguai”, disse o ministro após almoço com a Frente Parlamentar da Agropecuária. “Tomamos a decisão de suspender as licenças de importação até que Uruguai consiga provar que 100% do leite importado de lá é de origem uruguaia”.
Segundo Maggi, o crescimento do volume de leite importado do país vizinho tornou a situação do produtor brasileiro “quase insuportável”. Após a medida, o governo brasileiro irá enviar uma missão ao Uruguai para cruzar o volume produzido localmente com o consumo interno e as exportações para o Brasil e outros países.
Paralelamente, de acordo com o ministro, o Brasil tenta negociar a criação de cotas de importação de leite com o Uruguai, como já faz com a Argentina, “mas não há boa vontade”, disse Maggi. “Não podemos matar o setor leiteiro que emprega mais de 1 milhão de pessoas”, afirmou. “Vamos trabalhar, inclusive com o Itamaraty, para retirar o leite do Mercosul”, completou o ministro.
Para socorrer os produtores locais, o ministro disse que o governo avalia operações de retirada de leite do mercado, como a compra da bebida para ações sociais e ainda do leite em pó para ser estocado pela Companhia Nacional de Alimentos (Conab).
Confira o vídeo abaixo:


Entenda o caso:

Em agosto, a CNA e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) encaminharam ofício ao ministro da Agricultura com as preocupações do setor lácteo brasileiro em relação ao impacto que as importações, principalmente de leite em pó do Uruguai, trazem ao mercado interno.
O governo do Rio Grande do Sul também solicitou na semana passado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) uma investigação para apurar os números de importação de produtos lácteos do Uruguai, alegando suspeita de prática ilegal de comercialização. O documento foi assinado pela Farsul, Fetag e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi). O texto apresentou dados sugestivos de que o Uruguai estaria importando leite de outros países para exportar para o Brasil.
Utilizando fontes como o Banco Mundial e o próprio MDIC, o ofício apontou que em 2016 o Uruguai produziu 1,775 bilhão de litros de leite, sendo 791 milhões de litros para o mercado interno. Sobrariam ao país 984 milhões de litros para exportação. No ano passado, o MDIC registrou a entrada de 1,036 bilhão de litros de produtos lácteos vindos do Uruguai, entre queijo, leite em pó, manteiga, butter oil e leite UHT, 52,7 milhões de litros a mais do que o produzido por aquele país.

https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/blairo-maggi-brasil-suspende-importacao-de-leite-do-uruguai-107643n.aspx

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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