Angola importa anualmente 190 milhões de litros de leite, no valor de 1,5 mil milhões de kwanzas, o que representa mais de 95 por cento das necessidades do mercado, informou ontem, em Luanda, o Ministério da Economia.
O consultor económico do Ministério da Economia, Licínio Contreiras, declarou em conferíªncia de imprensa que a actual produção de leite cobre apenas cinco por cento das necessidades do mercado, o que corresponde, em termos a nove milhões de litros.
Licínio Contreiras, que prestou estas informações í imprensa para anunciar o início de uma campanha de relançamento da produção, disse que Angola tem um dos piores indicadores de produção de leite da SADC.
“Na ífrica Austral, a média anual de consumo de leite por pessoa é de 48 litros, enquanto em Angola é apenas de 2,7 litros por pessoaâ€, declarou, notando que o país oferece condições favoráveis para a produção de leite em quantidade e na qualidade desejada para atender o mercado local.
Com a campanha, que se enquadra no Programa de Desenvolvimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas, denominado “Angola Investeâ€, o Executivo pretende divulgar os benefícios do programa para os empresários deste sector. “Escolheu-se o Wako Kungo pelo facto de deter o maior centro de produção de leite no país, a bacia leiteira do Cela. Naquele local temos, ainda, algumas estruturas como o projecto Aldeia Nova com 150 produtores que podem ser muito bem aproveitadosâ€, declarou Licínio Contreiras.
Actualmente, a produção angolana de leite resume-se í transformação de leite em pó em pasteurizado. â€œí‰ esta situação que nós queremos reverter até 2015.
A nossa meta é de que venhamos a atingir uma produção de mais de 50 por cento das necessidades do mercado, o que vai envolver grandes investimentos em gado leiteiro e processamento de leiteâ€, frisou Licínio Contreiras. A experiíªncia de produtores mundiais tradicionais de leite como o Brasil, Portugal, Itália, ífrica do Sul e Zimbabwe está a ser tida em conta, para que os empresários nacionais possam estar melhor preparados.
Licínio Contreiras anunciou que os empresários nacionais que querem investir na indústria de lacticínios devem certificar a empresa no INAPEM, para depois solicitarem crédito, caso necessitem, aos 20 bancos comerciais que aderiram ao programa.
Declarou que caso o investidor necessitar de outros apoios, como formação, bem como estudos de viabilidade, o INAPEM criou uma equipa que fornece esse tipo de ajuda a título comparticipado.
Os produtores podem, também, beneficiar da isenção do imposto industrial nos primeiros anos de execução do projecto e ter garantias de que o Estado compre 25 por cento do seu produto.
O programa “Angola investe†é constituído por 14 iniciativas, entre as quais se destaca a dinamização da produção de leite. Para o efeito, o Executivo criou um fundo de garantia com o valor de dois mil milhões de kwanzas.