Embalagens acartonadas, tapetes, capachos, achocolatados e leite condensado. Esses são alguns dos produtos que serão fabricados pelas novas empresas que irão desembarcar em Alagoas e que, juntas, somam investimentos de cerca de R$ 240 milhões, comprovando que o Estado segue na contramão da crise econômica que afeta o país.

A indústria GsPak, gigante chinesa especializada na fabricação de embalagens acartonadas para alimentos, construirá sua primeira planta nas Américas em Alagoas e no Paraná. Com um investimento de R$ 117 milhões, a empresa irá se instalar no município de Rio Largo, região metropolitana do Estado, gerando cerca de 600 empregos diretos e indiretos.
“A GsPak é o terceiro player do mundo em embalagens longa-vida, uma indústria chinesa, com tecnologia própria, que fará com que Alagoas seja detentora do primeiro grande investimento da empresa fora da China. Existe uma dificuldade técnica em relação à umidade, então eles iniciam a produção no Paraná e depois trazem para ser finalizada aqui, o que é muito importante para o Estado”, explicou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito.

Além da indústria chinesa, outras seis empresas também tiveram as solicitações de incentivos fiscais aprovadas durante reunião do Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico e Social (Conedes) no dia 11 de outubro, no Palácio República dos Palmares, em Maceió.
Os benefícios concedidos pelo Governo de Alagoas fazem parte do Programa de Desenvolvimento Integrado (Prodesin), que, a partir da modernização, passou a oferecer a redução de 92% no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados, além do diferimento do ICMS sobre os bens destinados ao ativo fixo, sobre a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos e na aquisição interna de energia elétrica e gás natural.
O economista Lucas Sorgato explica que a política de incentivo governamental que Alagoas adotou nos últimos anos, aliada ao eixo logístico interessante que o Estado possui, com grandes mercados consumidores próximos (PE, BA, CE), torna Alagoas muito atrativo para as empresas.
“Em linhas gerais, o Prodesin é extremamente interessante, sendo, talvez, a melhor política de benefícios fiscais do país. E, quando congregado a um eixo logístico bom, o resultado e reflexo disso são a chegada de boas empresas em Alagoas, nos mais variados setores (tecnologia, químico-plástico, cerâmico e construção civil), o que mostra que a política fiscal adotada pelo Estado tem sido, de fato, exitosa”, pontuou Sorgato.
 
Setores fortalecidos
 
Além de gerar postos de trabalho, a chegada de novos investimentos em Alagoas fortalece as cadeias produtivas já existentes. Com investimentos no valor de R$ 48 milhões, a Alquimia Indústria e Comércio de Capachos Ltda. também chega a Alagoas para instalar uma planta em Marechal Deodoro, a 25 km da capital alagoana, e deve utilizar matéria-prima fornecida pela Braskem, maior produtora de PVC da América Latina.
Já a indústria alimentícia Mococa S/A investirá R$ 11,4 milhões em uma unidade em Murici, a 53 km da capital alagoana. Atuando há mais de 90 anos no mercado nacional, a empresa irá fabricar leite condensado e achocolatado em Alagoas, e deve gerar cerca de 400 empregos diretos e indiretos na região.
“A Mococa S/A é uma empresa de grande porte que chega a AL, mas ainda mais importante do que trazê-la para o Estado é garantir a fiscalização após a aprovação, especialmente em relação à geração de empregos para os alagoanos”, afirmou o superintendente do Sebrae/AL e membro do Conedes, Marcos Vieira.
Para o secretário Rafael Brito, a chegada da Mococa S/A representa um grande avanço para a cadeia produtiva do leite em Alagoas.
“Nosso esforço para a atração de investimentos para Alagoas é sempre com o objetivo de gerar mais empregos e mais oportunidades para o povo alagoano. A Mococa S/A é uma conquista importante para o estado de Alagoas, que chega não só favorecendo a nossa economia, mas, também, contribuindo para a consolidação e melhoria da cadeia produtiva do leite no nosso Estado”, afirmou.
Conedes
O Conedes possui uma estrutura de 27 conselheiros das áreas da iniciativa privada, Governo do Estado e sociedade civil, formando um colegiado que tem como objetivo a articulação das ações governamentais voltadas para a ampliação do cenário de desenvolvimento econômico e social de Alagoas.
Na última reunião do Conedes em outubro, além da concessão de incentivos fiscais para as três empresas citadas, foram aprovadas concessões de incentivos fiscais para a Isoaço Indústria e Comércio de Aço Ltda., Ciclar Reciclagem Ltda., Hotel Salinas, Bezerra e Silva Indústria de Aço e Serviços Ltda.