Embora a China, o maior importador mundial de lácteos, tenha voltado a elevar suas compras no mercado internacional em março, os preços oscilaram entre estabilidade e queda no leilão de lácteos da plataforma Global Dairy Trade (GDT) realizado ontem (03).
As cotações do leite em pó integral fecharam a US$ 2.176 por tonelada, ligeiramente acima dos U$$ 2.156 do pregão anterior, de 19 de abril. Já o preço do leite em pó desnatado recuou, saindo de US$ 1.727 por tonelada para US$ 1.676 ontem, conforme os dados divulgados pela plataforma.
A queda dos preços do leite em pó desnatado não surpreendeu, uma vez que os estoques do produto são grandes na União Europeia e nos Estados Unidos, observa Valter Galan, do MilkPoint. Ele acrescenta, porém, que o aumento das importações chinesas de lácteos em março seriam, em tese, um fator de alta, o que não ocorreu no leilão. Isso porque, avalia, o aumento da produção de leite na União Europeia e Estados Unidos segue pressionando o mercado.
Dados da consultoria italiana CLAL, especializada em lácteos, compilados pelo MilkPoint mostram que em março, os chineses importaram um volume de 47,6 mil toneladas de leite em pó integral, alta de 31% sobre igual mês de 2015. Já as compras de leite desnatado subiram 38% na mesma comparação, para 21,42 mil toneladas.
Na visão do analista, ainda não se pode afirmar que haja uma tendência de retomada das importações chinesas. E o próprio comportamento dos preços no leilão de ontem sinaliza isso. Para Galan, os chineses podem estar aproveitando os preços baixos no mercado internacional para recompor seus estoques. Em janeiro deste ano, o país asiático havia importado 153 mil toneladas de leite em pó integral e desnatado. O volume foi 4,4 vezes maior que o comprado em dezembro de 2015 e 49% superior ao do mesmo mês de 2015. Mas, em fevereiro, as importações chinesas voltaram a cair.
Neste ambiente de oferta elevada e demanda desaquecida, os preços internacionais do leite em pó só devem retornar aos níveis históricos – entre US$ 3 mil e US$ 3,2 mil – no fim deste ano ou início de 2017, prevê Valter Galan.
Fonte: jornal Valor Econômico.
