Os produtores de leite do Chile poderão começar a comercializar o produto na Bolsa de Produtos, assim como fazem os produtores de trigo, aveia e cevada. Para isso, há dois meses, trabalha-se no padrão com a ajuda de veterinários para definir o padrão que o produto deve cumprir para que se possa comercializar.
Se tudo correr como o planejado, em 15 de maio deverá estar pronto o padrão para ser inscrito na Superintendíªncia de Valores e Seguros (SVS). «Em agosto desse ano, poderiam ser feitas as primeiras operações de licitação da produção futura de leite», explica o economista agrário e assessor da Bolsa de Produtos, Jorge Neira.
Graças í iniciativa, ao processo de compra inclusive poderiam entrar empresas estrangeiras de países como México ou Venezuela que são grandes importadores do produto. «Empresas de outras latitudes poderiam comprar os direitos de produção e subcontratar alguma planta nacional para a elaboração e processamento da produção adquirida».
Apesar dos benefícios que traria a venda internacional aos produtores, Neira agrega que, sob essa iniciativa, somente se licitará uma parte da produção por questões de segurança, estrutura de mercado e contratos previamente firmados entre os produtores e as grandes empresas compradoras.
Em um mercado onde há «pouco poder comprador», Neira garante que isso beneficiará fortemente aos produtores. «O setor produtivo do Chile se víª afetado pelo oligopsí´nio – concentração do mercado comprador – e todo oligopsí´nio causa um prejuízo no preço. Causa o mesmo impacto que um monopólio e, í s vezes, é pior».
Segundo um estudo realizado pela área de agrofinanças do IMTranding e pela comissão de agricultura do Instituto Libertad, atualmente os produtores partem vendendo seu leite a um preço que é mais de 30% inferior que o que receberiam se houvesse competição no mercado.
Já estão sendo organizadas reuniões com empresas e com outras entidades públicas e privadas para explicar os alcances da iniciativa que já tem interessados. Segundo Neira, a Fiscalía Nacional Económica (FNE) está muito interessada nessa iniciativa que poderia beneficiar a um mercado que sempre esteve sob sua mira.
A reportagem é do LaSegunda