Umuarama começa a despertar para os benefícios do cooperativismo

O desenvolvimento de um povo está ligado intimamente à agricultura. Essa afinidade começou quando o homem deixou de ser nômade e fincou raízes.
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O desenvolvimento de um povo está ligado intimamente à agricultura. Essa afinidade começou quando o homem deixou de ser nômade e fincou raízes. Neste sentido, a região Oeste do Paraná é um exemplo do crescimento econômico e social por meio da produção do campo, principalmente ligada ao cooperativismo. Umuarama, ao contrário, mesmo com sua vocação agrícola, só se atentou para a força do cooperativismo, como forma de fortalecer o produtor e a região, agora.
Com três cooperativas formadas e em desenvolvimento, mais uma união de umuaramenses começa a acontecer. Como dificuldades em negociar preços e compra, perante fornecedores e a indústria, os produtores de leite de Umuarama deram início a uma cooperativa. Os futuros cooperados buscam fortalecimento da classe, sendo que Umuarama é a maior produtora de leite da região da Amerios (Associação dos Municípios de Entre Rios), com 26 milhões de litro por ano.
O secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Umuarama, Antônio Carlos Fávaro, esclarece que no caso do leite a maioria dos produtores do município são pequenos e isso dificulta na hora de acertarem preços de venda e na redução do custeio da produção. Por isso, a organização em cooperativismo ajudaria a negociar a produção com o mercado e na compra de insumos.
Ainda segundo Fávaro, com o mercado cada dia mais exigente na questão da qualidade, além das imposições e condições, o produtor sozinho não consegue obter negociações que favoreçam o seu desenvolvimento, por isso a administração municipal deve colaborar e estimular a organização deste produtor em cooperativismo. “Em região que isso aconteceu, como Toledo, Cascavel e Maringá ouve melhoria na produção e no ganho do produtor. Cooperativismo promove qualidade de vida, investimentos na propriedade e promove segurança econômica para toda a região, onde se encontra”, explicou.
Conforme Pedro Thiago Fenato, chefe da Divisão de Vigilância Sanitária Animal da Prefeitura de Umuarama, os produtores já realizaram duas reuniões com a presença de 40 futuros cooperados, que agora estão em fase de elaboração do estatuto para formalizar a iniciativa. “De início a ideia é trabalhar junto para melhorar a forma de comercialização do leite. A parte de transformação ainda é um futuro. O objetivo é unir os produtores para venderem juntos à uma empresa que pague mais e com isso investir no setor, fortalecendo o produtor, a indústria e município”, ressaltou.
Fenato argumentou que o mercado vem em queda há dois meses e o custo de produção cada vez maior, por isso a cooperativa seria uma saída para o produtor deixar o sufoco e sobreviver na atividade.

Desafios
No passado o município contou com cooperativas, mas a má gestão espantou os produtores do sistema promovendo traumas culturais. Este é um dos desafios segundo o secretário Fávaro, a ser rompido em Umuarama. “O produtor de Umuarama tem medo de ser cooperado, pois tivemos alguns casos que deram problemas e o homem do campo teve que arcar com custos financeiro. Então temos que quebrar com esse preconceito, cooperativas foram mal administras, mas isso não é regra. O produtor vai ganhar mais se ficar junto”, disse.

Cooperativas
Hoje Umuarama conta com a Cooperativa dos Recicláveis, de carnes e da Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais (Cooperu). Só a Cooperu movimentou quase R$ 2,5 milhões em 2014 atendendo a alimentação escolar de Umuarama e municípios vizinhos, além de comercializar hortifrutis em feiras, redes de supermercados e atacadistas da região.
Nos últimos anos, o volume de compra de produtos só vem aumentando. Em 2012 o crescimento foi de 86% em relação ao ano anterior e o volume comercializado foi de R$ 700 mil. Já em 2013, o crescimento foi superior a 50% e o volume superou R$ 1 milhão e em 2014 a cooperativa cresceu 150%.
Números Ocepar
O Paraná conta com 77 cooperativas rurais. Juntas elas recebem 56% de toda a produção agrícola paranaense e somam valores importantes para a economia do estado. Desde 2010, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), o faturamento do cooperativismo paranaense dobrou, passando de R$ 25 bilhões para R$ 50 bilhões.
No Oeste, as cooperativas são responsáveis por transformações profundas em toda a região e respondem por 45% do PIB da localidade. As cinco cooperativas da região faturaram R$ 13 bilhões em 2014. Em 2015 as cooperativas do Oeste deverão faturar perto de R$ 15 bilhões, com 39.360 cooperados e dão ocupação a 29.873 pessoas.

Produtor vislumbra na força da união
o renascimento da produção leiteira

Trabalhando com produção de leite há 25 anos, José Carlos Bortoli, é um dos produtores de Umuarama que irá constituir a futura cooperativa de leite do município. E segundo ele, os demais agricultores estão animados e em busca de união para melhorar o setor. Mas para isso, o entrevistado ressalta que será necessário os cooperados enfrentarem as tentações momentâneas oferecidas pela indústria.
Para Bortoli, a cooperativa nasce para levar força ao produtor de leite de Umuarama, pois unidos existe a possibilidade de conseguir preço melhor, como incentivos governamentais. “Podemos comprar a matéria prima juntos e vender melhor. Também buscar incentivos junto ao governo e com isso fortalecer o setor e ampliar a produção”, contou.
O produtor já trabalhou com o cooperativismo e conhece seus desafios e benefícios. “No começo é difícil, pois os produtores vão ter que se unir, não só na palavra, mas culturalmente. Uma vez que trabalhamos por centavos e o mercado pode injetar esses centavos para tentar desarticular tudo, de forma momentânea”, ressaltou Bortoli.
José Carlos explicou que hoje o mercado do leite não está agradável. “Há oito anos eu vendia o litro de leite por R$ 0,50 e comprava 1 litro de gasolina por R$ 0,50. Hoje pago quase R$ 4 no litro de gasolina e vendemos o leite a R$ 1. Por aí observamos como o leite está defasado. O consumidor tá pagando, mas o produtor não tá recebendo nada, uma vez que 100% do lucro fica para o intermediário” explicou.
Com o cenário de agonia a cooperativa surge como opção aos produtores. O umuaramense acredita que com o início da união o preço de venda já melhore 20%. “Vamos nos unir em uma grande empresa, mas para isso o produtor tem que estar ciente que ele tem que se ajudar e enfrentar os problemas”, alertou.

http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=69817&Not=Umuarama%20come%C3%A7a%20a%20despertar%20para%20os%20benef%C3%ADcios%20do%20cooperativismo

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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