A situação da Embrapa é muito pior que o imaginado

Embrapa.A coluna anterior tratou de duas joias da coroa: o etanol como fonte renovável de energia e a Embrapa, centro de excelência capaz de aumentar a competitividade
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Embrapa. A coluna anterior tratou de duas joias da coroa: o etanol como fonte renovável de energia e a Embrapa, centro de excelência capaz de aumentar a competitividade internacional da produção agropecuária brasileira.
E as tecnologias desenvolvidas na Embrapa podem ser apropriadas pela agricultura familiar para a inclusão social e o barateamento da alimentação do mercado interno e, ainda, agregar valor à produção de bens primários agrícolas. Querem mais? Viram, no entanto, que hoje em dia não é bem assim. Já foi e, felizmente, ainda guardamos uma herança positiva do que foi criado em 1973.
A surpresa. Pensava estarmos mal. Errei. A situação quanto à Embrapa é muito pior. Atestam isso as várias mensagens que recebi de pesquisadores, coordenadores e funcionários da bijuteria, antes joia valiosa. Todos me permitiram citar causos e fontes. Não o farei. Ficarei apenas nos causos. Não quero prejudicar ninguém e não confio em governo usurpador.
Entrave para a Embrapa e outros órgãos de pesquisas estatais é o fraco poder de divulgação frente à massificação e lobby das marcas multinacionais. Vai piorar. Uso trecho do que recebi: “A comunicação da Embrapa está para sofrer um duro golpe, a extinção da carreira de jornalista do quadro da empresa. É intenção do presidente terceirizar jornalistas e manter os demais profissionais de comunicação como relações públicas”.
Sempre desconfiei de a Embrapa ser lucrativa, já que nunca deixou de reclamar “falta de recursos”. Por outro lado, seu quadro de profissionais tem alta qualificação, mestres e doutores, muitos efetivados no exterior e, se mal remunerados, seriam facilmente absorvidos pela iniciativa privada.
Mais um depoimento: “Nos 20 anos de Balanço Social (BS) não houve um único ano em que a Embrapa tenha dado lucro econômico, (…) dá lucro social. As tecnologias que desenvolvemos e transferimos para a sociedade geram benefícios econômicos, sociais e ambientais que medimos e divulgamos em detalhe no Balanço Social (…) muito maior que o relatado (…)um estoque muito maior de tecnologias, produtos e serviços ao agronegócio nacional mas, considerando apenas essa amostra de tecnologias presente no BS, equivale a mais de onze vezes a nossa receita líquida anual”.
Imaginem o valor presente de uma empresa assim se privatizada, o que não deixa de martelar cabeças neoliberais.
Segundo o leitor, para viabilizar a Embrapa, sob todos os aspectos, ela precisaria ser transformada em uma Autarquia Federal em Regime Especial, o que é proposto pelo SINPAF, a Seção Sindical Embrapa Sede. Apoia o modelo o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, talvez, até hoje, o único a merecer esse cargo. Opinião dele: “[A Embrapa] precisa, atualmente, de mais autonomia financeira, técnica e administrativa”.
Pois é. Enquanto os governos esquecem que não são Estado, mas dele se apoderam para apequená-lo, como se mínimo ou máximo o fizesse efetivo, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas (RS), me informa sobre o trabalho da Unidade, no momento:
“Cadeia de grãos: arroz irrigado, milho e soja para terras baixas, feijão, milho varietal. Frutas: pêssego, amora-preta, morango, mirtilo, oliveiras. Hortaliças: batata, batata-doce, cebola, bancos de germoplasma de cucurbitáceas, pimentas. Cadeia do leite (…) Temas transversais: agroecologia, agroenergia, agrobiodiversidade. Assuntos focados em segurança alimentar e diversificação na agricultura familiar”.
Isso e mais é realizado em várias unidades da empresa estatal no País, o que me traz a já tantas vezes citada aqui professora Marina Mazzucato, da Universidade de Sussex, Reino Unido, quando diz que as grandes inovações tecnológicas, aproveitadas na iniciativa privada, começaram em ações públicas do Estado.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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