PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio brasileiro mineiro apresentou um crescimento de 0,05% em dezembro do ano passado, fechando o ano de 2016 com alta de 8,2% em relação ao ano anterior, segundo estimativas do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP, com o apoio da SEAPA (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais) e parceria com a FAEMG e o SENAR/MG. O estado de Minas Gerais respondeu por 13,8% do PIB do agronegócio brasileiro.
De acordo com pesquisadores, o resultado positivo está associado principalmente ao ramo agrícola, que cresceu 0,29% em no último mês de 2016, e 19,76% no ano. Já o ramo pecuário apresentou respectivas quedas de 0,24% e 3,40%. A participação estimada do agronegócio brasileiro de Minas Gerais no produto interno bruto agro nacional fechou 2016 com elevação nos segmentos de insumos, industrial e serviços, e queda apenas no segmento primário.
Em relação ao segmento primário, a agricultura teve um peso maior na composição do produto interno bruto do estado de Minas Gerais. Do valor total obtido estima-se que R$ 113,30 bilhões (55,4%) sejam resultantes desse segmento e 44,6% obtidos pela pecuária, somando R$ 91,13 bilhões.
De acordo com a avaliação do secretário de Agricultura, Pedro Leitão, o agronegócio brasileiro contribuiu para que a retração da economia não fosse ainda maior. Ainda de acordo com o secretário, o produto interno bruto nacional apresentou recuo de 3,6%, além da queda no nível de emprego e, mais uma vez, as atividades do campo assumem a sua responsabilidade na geração de emprego e renda do país. Enquanto o PIB do agro mineiro cresceu mais de 8%, o brasileiro aumentou aproximadamente 4,4% no ano de 2016.
De acordo com pesquisadores do CEPEA, no segmento industrial, o setor sucroenergético (compreende todas as atividades agrícolas e industriais relacionadas à produção de açúcar, bioetanol e bioeletricidade) também se destacou em 2016, beneficiado pelo alto patamar de preços do açúcar no mercado global. O segmento primário da agricultura também apresentou crescimento significativo em preços reais (13,0%) e quantidade (17,3%). Destaca-se o desempenho do café, com grande crescimento em produção no ano (36,4%), sendo este o produto com maior participação nesse segmento no estado.
No segmento primário da pecuária, enquanto a avicultura acumula resultados positivos, bovinos e suínos estiveram em baixa. Tal fato reflete, em certa medida, a substituição do consumo de proteínas mais caras pelas de menor valor.
De acordo com o relatório Focus, do Banco Central, existe uma previsão de crescimento de 0,48% do produto interno bruto brasileiro para o ano de 2017. Com IPCA próximo ao centro da meta de inflação e a taxa de câmbio a um patamar próximo ao atual as projeções indicam melhora nas expectativas do mercado, mas segundo o relatório ainda é necessário fazer uma ressalva quanto à resiliência da crise político-institucional brasileira e à incerta eficácia das reformas apresentadas pelo governo até o momento.
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