Reunião técnica apresenta resultados das provas de leite a pasto da Embrapa Cerrados – RSS

O Centro de Tecnologias em Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL) da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) sediou, na última terça-feira (21), a Reunião Técnica da Segunda Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro no CTZL.
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O Centro de Tecnologias em Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL) da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) sediou, na última terça-feira (21), a Reunião Técnica da Segunda Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro no CTZL. O evento destacou os resultados finais da primeira prova e dados preliminares da segunda prova, realizadas pela Embrapa Cerrados e pela Associação de Criadores de Zebu do Planalto (ACZP).
Cerca de 60 criadores e técnicos participaram da reunião técnica, que contou com a presença do diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Junior, além do secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal, José Guilherme Leal, e do presidente da ABCZ, Arnaldo Borges.
Na abertura do evento, Stumpf agradeceu à ABCZ pela parceria nas diversas ações de pesquisa e transferência de tecnologia desenvolvidas pela Embrapa. “A Prova é um trabalho inicial, mas toda a melhoria que já tivemos na genética de bovinos de corte e de leite é fantástica. Não podemos fazer nada sozinhos. Junto com os setores produtivos, obtivemos ganhos consistentes e chegamos ao que somos hoje”, afirmou.
O diretor de TT da Embrapa também destacou o papel do CTZL como local de avaliações de sistemas pecuários sustentáveis. “O que mostramos aqui é um pouco da complexidade do trabalho que a Embrapa faz com os setores produtivos de todos os biomas brasileiros, com ganhos de produtividade na agricultura e na pecuária”.
O chefe geral da Embrapa Cerrados, Cláudio Karia, também salientou a importância das parcerias com o setor produtivo, inclusive a que viabilizou as Provas de Leite a Pasto no CTZL. “Temos que trabalhar em parceria dado o tamanho e a diversidade dos sistemas de produção no Cerrado. O intuito é captar as demandas dos produtores, levar soluções tecnológicas que possam beneficiar o setor e buscar novos temas de pesquisa”, disse.
Arnaldo Borges lembrou que a parceria da ABCZ com a Embrapa se iniciou em 1983, com ações em melhoramento genético animal e, mais recentemente, a construção de uma vitrine de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na fazenda que sedia a Expozebu Dinâmica, feira tecnológica realizada anualmente em Uberaba (MG). “É importante que a genética possa ser materializada, e por isso a parceria com a Embrapa é da maior importância para o melhoramento das raças zebuínas com aptidão leiteira”, comentou.
O secretário de Agricultura do DF falou sobre a histórica parceria do governo distrital com a Embrapa e as associações de criadores, citando a realização, em outubro do ano passado, da Pec Brasília 2016 no Parque de Exposições Agropecuárias Granja do Torto, em Brasília. O evento contou com a participação da Embrapa. “Temos potencial para avançar, principalmente na genética animal. É um ponto importante apoiar esse trabalho técnico de avaliação não só da morfologia, mas também do desempenho animal”, declarou.
Leal informou que o edital para a concessão do Parque já está aberto a propostas da iniciativa privada para administração do espaço por 30 anos. “Esperamos que com essa concessão, sob a ótica de parceria público-privada, tenhamos em Brasília um ambiente de inovação tecnológica, com a proximidade da Embrapa, da Emater-DF, de universidades e outras instituições. Com o Parque revitalizado e tendo a Embrapa como âncora de biotecnologia, veremos um grande desenvolvimento da agropecuária”, vislumbrou.
Provas
Os resultados da primeira Prova de Produção de Leite a Pasto e os dados das primeiras pesagens da segunda prova foram apresentados pelo pesquisador Carlos Frederico Martins, coordenador das avaliações, que são realizadas em conjunto com técnicos da ACZP e da ABCZ. Ele explicou as premissas, os objetivos e os procedimentos adotados na Prova.
Na primeira prova, iniciada no final de 2015 e finalizada em 2016, 20 novilhas contemporâneas da raça Gir Leiteiro de criadores do DF, Minas Gerais e Goiás foram avaliadas. O principal objetivo foi identificar matrizes com alto potencial genético para a produção de leite a pasto e de forma natural, sem o uso de hormônios, promovendo assim o melhoramento genético da raça no Brasil Central.
As novilhas foram mantidos por 14 meses no CTZL em pasto rotacionado com suplementação, sendo dois meses de adaptação e 12 meses de lactação. Os partos ocorreram entre 10 de outubro e 29 de dezembro de 2015. As ordenhas foram realizadas mecanicamente duas vezes ao dia, com a presença do bezerro ao pé, sem indutores de lactação.
Os animais foram avaliados durante 305 dias de lactação quanto à produção de leite, intervalo do parto à concepção, porcentagem de gordura no leite, contagem de células somáticas no leite, porcentagem de proteína no leite, persistência de lactação e conformação da morfologia racial. Os atributos compõem o índice fenotípico que classifica os animais na prova. Segundo Martins, os animais mais bem classificados (superiores) foram os mais equilibrados nesses fatores. Os respectivos criadores foram premiados durante a Pec Brasília 2016.
A segunda edição da Prova conta com 20 novilhas Gir Leiteiro, sendo seis delas participantes da prova anterior, além de nove animais da raça Sindi. As novilhas foram recebidas no final de setembro do ano passado, e os partos ocorreram entre 9 de novembro e 30 de janeiro deste ano.
O pesquisador mostrou os dados das três primeiras pesagens do leite dos animais Gir Leiteiro e das duas primeiras do leite das novilhas Sindi. A cada mensuração, o leite é enviado a um laboratório da Universidade federal de Goiás. “Precisamos agregar informações para dar maior robustez ao conteúdo levado aos produtores para auxiliar na tomada de decisão deles”, finalizou Martins.
Relatos
Alguns criadores participantes da segunda Prova relataram as experiências com raças zebuínas leiteiras e as expectativas quanto à avaliação genética. Hamilton de Carvalho, que cria Gir Leiteiro no DF, já havia participado da primeira Prova com uma novilha. Para ele, o CTZL abriu, na região do Planalto Central, o caminho para o controle leiteiro, avaliação a pasto e livre do uso de hormônios. “(O controle leiteiro) é a realidade. Fora dele, você tem um lucro aparente no começo, com vacas dando 20 a 30 litros de leite (por dia). Só que muita gente começa errado, se decepciona e quebra. Aqui no CTZL, temos uma oportunidade de realidade, com vacas de 10 a 14 litros que, com alimentação melhor, vão sendo melhoradas e chegam aos 20 litros”, disse.
Criador de Sindi em Cavalcante (GO), Marcos da Cunha destacou que a produção de leite da raça não compete as das outras zebuínas em quantidade, mas em qualidade, devido à homozigose do alelo A2 da proteína betacaseína. Segundo estudos, populações que consomem leite com elevados teores de betacaseína A2 têm menores incidências de doenças cardiovasculares, diabetes tipo-1 e alergias em geral. “Creio que (na Prova) vamos comprovar também o maior teor de gordura e sólidos no leite. Vejo o Sindi como opção para o pequeno proprietário, que ordenha a mão e produz queijos e outras iguarias”, afirmou.
Presidente do Sindicato de Criadores de Bovinos, Bubalinos e Equinos do DF, Anselmo de Azevedo participa da segunda Prova com duas novilhas Gir Leiteiro. Para ele, o importante não é ter um animal que produza muito, mas que produza com rentabilidade. “Não adianta ter uma vaca que produz 60 kg de leite se ela custa 120 kg de leite a cada dia. Então, temos que voltar a atenção para a sustentabilidade da produção”, apontou.
Palestras
A reunião técnica também contou com palestras de pesquisadores e parceiros. A gerente do PMGZ-Leite da ABCZ, Mariana Alencar, lembrou que a Prova de Leite a Pasto do CTZL participa do programa de melhoramento genético de zebuínos leiteiros da associação, que contempla as raças Gir Leiteiro, Sindi e Guzerá. Ela abordou aspectos do PMGZ-Leite, como escrituração zootécnica, controle leiteiro, conceitos e exemplos de resultados.
O pesquisador Milton Daniel Benítez, da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa) – Gestão Unificada, falou sobre a importância das provas zootécnicas para o melhoramento genético animal.
Depois de falar sobre as características desejáveis em plantas forrageiras, a evolução dos materiais pela seleção e melhoramento genético, as cultivares tropicais lançadas pela Embrapa desde 1980, as perspectivas de novos produtos e os desafios, o pesquisador Gustavo Braga, da Embrapa Cerrados, apresentou as cultivares de forrageiras BRS Ipyporã e BRS Quênia, lançadas em março deste ano.
Após a visita dos participantes aos campos experimentais do CTZL para conhecer os animais Gir Leiteiro e Sindi integrantes da Segunda Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro, os representantes das empresas parceiras Guabi e Belgo Bekaert e da Associação para o Fomento da Pesquisa de Melhoramento Genético de Forrageiras (Unipasto) realizaram apresentações institucionais, encerrando a reunião técnica.
Breno Lobato (MTb 9417-MG)
Embrapa Cerrados
cerrados.impensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3388-9945
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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