A renovação do limite da importação do leite em pó argentino e a decisão da Cí¢mara de Comércio Exterior (Camex) de prorrogar as tarifas antidumping para o produto importado da Nova Zelí¢ndia e da União Europeia (UE) agradaram os produtores brasileiros.
As medidas, tomadas no início do ano, eram a principal demanda do setor apresentadas durante a Primeira Conferíªncia Nacional do Leite, em novembro do ano passado. No encontro, os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, e do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, receberam um documento com 135 reivindicações para desenvolver o setor leiteiro no Brasil.
Segundo o presidente da subcomissão da cadeia produtiva do leite da Comissão de Agricultura, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), é preciso proteger o mercado do leite brasileiro.
— Os países tíªm políticas de proteção a seus produtores e produtos. O Brasil também tem, mas não para o setor leiteiro. Tem usado o setor leiteiro como moeda de troca de maneira covarde — declarou.
O direito antidumping (contra exportação por valores menores que os de mercado) sobre a importação de leite em pó da Nova Zelí¢ndia e da União Europeia foi prorrogado por mais cinco anos. As compras feitas desses países tíªm tarifas de 3,9% para Nova Zelí¢ndia, sexto maior produtor mundial, e de 14,8% para UE, além da Tarifa Externa Comum (TEC) aplicada í s importações de todos os países que não integram o Mercosul, que é de 28%.
A aplicação de tarifas antidumping foi estabelecida em 2001 pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Leite argentino
O acordo para renovar a cota de importação de 3,6 mil toneladas mensais de leite em pó argentino incluiu uma cláusula sobre o leite Uruguaio, que encheu as prateleiras brasileiras no final de 2012.
Pelo acordo, a Argentina poderá ampliar a exportação em 400 toneladas se outro país do Mercosul ultrapassar a marca de 3,6 mil toneladas exportadas para o Brasil.
As importações de leite em pó Uruguaio atingiram 17,5 mil toneladas nos meses de novembro e dezembro de 2012, um volume 20% superior a tudo que o Uruguai exportou para o Brasil em 2011. O governo brasileiro não conseguiu, até agora, limitar a importação de leite do Uruguai.
Preço do leite
Apesar do aumento na importação, o preço pago ao produtor brasileiro cresceu em novembro e atingiu R$ 0,89 por litro, maior marca desde agosto de 2010 quando começou a medição mensal do Centro de Estudos de Pesquisa em Economia Aplicada (Cepea). O litro do leite em outubro, antes da importação do leite em pó Uruguaio, foi de R$ 0,88, 1,6% menor.
AGíŠNCIA Cí‚MARA
http://www.agrosoft.org.br/agropag/224432.htm