Queda na produção brasileira estimula a importação de lácteos

A queda na produção de leite no Brasil está gerando um cenário "ímpar", segundo especialistas do setor. Além de estimular as importações de lácteos, a menor produção provoca um recuo na disponibilidade per capita de leite no país.
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A queda na produção de leite no Brasil está gerando um cenário «ímpar», segundo especialistas do setor. Além de estimular as importações de lácteos, a menor produção provoca um recuo na disponibilidade per capita de leite no país.

Nos primeiros cinco meses do ano, as importações de lácteos do Brasil cresceram 51% sobre igual período de 2015, para 80,567 mil toneladas, a um custo de US$ 204 milhões (15,3% mais do que no mesmo intervalo um ano antes), de acordo com dados da Secex compilados pela consultoria especializada MilkPoint (ver quadro).

E, mesmo com a ampliação das importações de lácteos, houve menor disponibilidade de leite por habitante. Conforme estimativas da MilkPoint, entre janeiro e maio, a disponibilidade foi de 47,6 litros (equivalente leite) por pessoa, 4,5% menos do que nos primeiros cinco meses do ano passado. «A falta de leite no mercado interno eleva as cotações domésticas e viabiliza as importações», observa Valter Galan, analista do MilkPoint.

Os principais exportadores para o Brasil são Argentina e Uruguai, países que também têm registrado menor oferta de leite. «A produção está em queda pelas mesmas razões que no Brasil. Houve aumento de custos na Argentina por causa da alta dos grãos. Além disso, tanto Argentina quanto Uruguai sofreram com problemas climáticos», afirma o analista. Na segunda-feira (06), o Brasil renovou o acordo com a Argentina para importação de leite em pó.

O recuo nos preços internacionais dos lácteos – por conta sobretudo do aumento da oferta na União Europeia – também explica a alta das importações, uma vez que o preço do produto estrangeiro está abaixo do valor daquele produzido no Brasil. Atualmente, o preço do leite em pó no mercado atacadista do Estado de São Paulo está em R$ 14,50 o quilo, segundo o MilkPoint. Como comparação, o produto importado, considerando o preço no último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), sairia pelo equivalente a R$ 8,00 o quilo, segundo Galan. Ele considerou um preço de U$ 2.205 por tonelada e um dólar de R$ 3,60. Na prática, porém, Uruguai e Argentina têm vendido ao Brasil por valores bem próximos aos do mercado doméstico porque há escassez de oferta aqui, afirma.

Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos (que reúne empresas do segmento), diz que o mercado interno não está sendo suficiente para atender a demanda», afirma. Ele observa que estimativas indicam uma queda de 6% na oferta de matéria-prima no Brasil, após um recuo de 2,8% na produção em 2015. Nesse ambiente, há uma redução na disponibilidade de leite por habitante. Segundo Galan, o brasileiro está consumindo menos pois há menos oferta. Mas a crise econômica também afeta o consumo.

Se as importações estão aquecidas, o cenário é o oposto para as exportações, que caíram até maio. «A balança deve ter déficit porque o volume importado deve continuar a crescer», diz o analista. Martins, da Viva Lácteos, também avalia que a situação deve se manter «no curto prazo».

Apesar do cenário atual, as empresas de lácteos estão se estruturando para exportar quando houver melhores condições de demanda e preços, de acordo com o dirigente. Segundo ele, entre julho e setembro haverá três missões para habilitação de plantas para exportar lácteos ao Panamá, Bolívia e Chile. O Brasil também está adequando o certificado internacional para exportação à União Econômica Euroasiática, formada originalmente por Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão. Agora, Armênia e Quirguistão também fazem parte do bloco, daí a necessidade de adequação. O Brasil tem 26 unidades habilitadas a exportar ao bloco. Além disso, o processo da habilitação de oito unidades para exportação de lácteos à China também está em curso.

As informações são do jornal Valor Econômico.
http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/queda-na-producao-brasileira-estimula-a-importacao-de-lacteos-100509n.aspx

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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