Produtor de leite em GO registra queda de mais de 40% nos preços desde julho enquanto queda para consumidor é menor que 20%

O setor leiteiro do Brasil apresenta grande preocupação com o desestimulo à produção, ocasionado por fatores como as importações de leite em pó sem limite de cotas proveniente do Uruguai e a queda de mais de 40% do valor pago ao produtor pelo leite longa vida e outros derivados lácteos.
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De acordo com Edson Novaes, gerente de assuntos técnicos e econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o mercado do leite apresenta um comportamento atípico que segue desde o mês de julho. Do consumidor para a indústria, a queda foi de apenas 18%, mas agora, o «produtor está arcando com queda de preço em nível superior. É desestimulador para que o produtor possa continuar investindo e aumentando a produção», destaca. Esta questão, portanto, inviabiliza os planejamentos para o próximo ano.

Por outro lado, o Brasil possui um acordo de importação de leite em pó com a Argentina de 3 a 4 mil toneladas por mês, mas o leite em pó uruguaio também está entrando no mercado brasileiro em altos níveis, chegando até a 10 mil toneladas. «No acumulado do ano, importamos mais do que nos últimos 16 anos. Isso dá mais que 1 bilhão de litro de leite fluido que o produtor nacional poderia estar produzindo», explica o gerente. Esta medida vem em seguida de uma autorização do Ministério da Agricultura (Mapa) de reconstituição de leite em pó para transformar em leite longa vida.

A autorização cedida pelo Mapa vem em sequência de uma queda na produção de leite em mais de 22 estados, mas Novaes lembra que a queda se originou justamente no desestímulo sofrido pelos produtores em relação às altas e baixas para o leite. «É impossível qualquer produtor trabalhar com uma política de médio a longo prazo se ele não tem a estabilidade dos preços durante um ano», diz. No estado de Goiás, essa queda foi de 16%.

O custo de produção muito elevado também é um fator que faz com que os produtores enfrentem dificuldades com a produção. Os altos preços do milho e da soja, que compõem mais de 40% do custo de produção, foram fatores desestimuladores.

Novaes sugere que as importações sejam freadas para que o produtor possa continuar sendo estimulado a melhorar a sua produção – ou que, ao menos, seja estabelecida uma cota para a importação do Uruguai. Ele aponta também a necessidade de criação de medidas junto ao governo para que possam consertar os erros da atividade e melhorar a relação formal dos produtores com a indústria, além de um suporte de estabilidade para os preços do leite ao longo do ano.

Primeiro Encontro Estadual de Empreendedores do leite

Nesta semana, o estado de Goiás recebe o Primeiro Encontro Estadual de Empreendedores do Leite, promovido pela Faeg. O encontro começa na quarta-feira (19), com a participação de técnicos, que receberão informações importantes para melhorar a atividade, que devem ser levadas aos produtores. Na quinta-feira (20), será realizado um grande evento no Clube de Pesca Lago Verde, para mais de 1200 produtores de leite, que irá trabalhar questões como o investimento do capital social, a gestão de pessoas, a situação da produção de leite em Goiás e no Brasil e que também trará exemplos de produtores que obtiveram sucesso na atividade, mostrando pontos positivos e negativos.

http://www.noticiasagricolas.com.br/videos/granjeiros/180923-importacao-recorde-de-leite-em-po-e-queda-das-cotacoes-ao-produtor-que-acabam-nao-chegando-ao-consumidor.html#.WAYh6uDhDIU

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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