Tendência ainda é ruim para os próximos meses.
Pelo terceiro mês seguido o preço do litro do leite pago ao produtor vai registrar queda. É o que afirma o Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite/SC), que realiza mensalmente o levantamento do preço que será pago. De acordo com o órgão, a queda deverá ser de 2%, a menor dos últimos meses. O preço é referente ao mês de agosto e será pago em setembro.
Embora o Conseleite estime uma queda de cerca de R$ 0,02, notícia que por si só já não é boa pro setor, a baixa para Concórdia e região deverá ser maior. Conforme o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB), Leonardo Resmini, a queda na região deverá ser de quase R$ 0,10. “A gente teve quedas no mês anterior que chegaram a R$ 0,10 na nossa região. Agora, o Conseleite tá projetando baixa de R$ 0,02, porém o mercado sinaliza uma queda maior que isso, chegando nos R$ 0,10”, explica.
O consumo não se expande e a importação não cessa. Assim, essas são as principais causas do excesso de leite no mercado interno brasileiro e a consequente queda no preço praticado pelos laticínios na aquisição do produto. “O que acontece é que o mercado tem muito estoque de leite e uma demanda enfraquecida devido a crise que vivemos. Nosso consumidor perdeu o poder aquisitivo. Então baixou a demanda, consequentemente temos um grande estoque nas indústrias”, comenta.
E a previsão para os próximos meses também não são nada animadoras. O presidente da ACCB diz que a tendência é de novas quedas e lembra que os últimos meses do ano são, historicamente, ruins para o setor. “pro mercado ainda não há uma expectativa favorável. Porém a gente espera que seja a última queda mais acentuada. E que depois estabilize até dezembro. Isso já está acendendo sinal vermelho”, destaca Resmini.
A principal recomendação da associação aos produtores é que seja um momento de alerta e de observação de mercado. Assim, a orientação é evitar investimentos arriscados, mantendo a produção nos atuais padrões para verificar como o mercado vai se comportar nos próximos meses, pontua o presidente.
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