Outro ponto que não se sabe ainda muito bem é: como ficarão as políticas para a geração de emprego e renda e apoio ao trabalhador? Além disso: como será feita a administração dos recursos do FAT, que chega a aproximadamente R$ 57 bilhões (pelos números de 2017)?
Embora esses pontos sejam preocupantes, é preciso reconhecer os problemas de um Ministério envolto em denúncias de fraudes e da situação do trabalhador atual, que enfrenta um mercado difícil. Mesmo com o amparo de um Ministério, o índice de desemprego chega a 13 milhões de pessoas.
A leitura que pode ser feita dessa decisão do Governo Federal é de que as iniciativas para reduzir as taxas de desemprego não passarão por políticas de amparo ao trabalhador, mas por ações direcionadas às empresas.
A solução poderia até ser interessante em outro momento, mas as relações de trabalho estão mudando. Em quase todo o mundo, incentivar empresa não representa necessariamente gerar emprego. Com as novas tecnologias, a tendência é de uma substituição cada vez maior da força de trabalho humana por máquinas.
Ou seja: corremos o risco de retirar estruturas de apoio ao trabalhador no momento em que ele talvez mais precisa.
Estado
INVESTIMENTOS NO EMPREGO
O governador Camilo Santana, mesmo pertencendo a um partido de esquerda, também não hesitou em extinguir a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social e passar as suas funções para a Secretaria do Desenvolvimento do Estado.
A postura de Camilo, aparentemente, segue a mesma trajetória do Governo Federal: a prioridade deve ser dada à atração de empresas. Diferente do que aconteceu com a Setur, onde houve uma movimentação de defesa pasta, nem os funcionários se movimentaram.
O fato é que havia sinais de problemas de gestão, que ocasionaram impasses sobre contas e até o corte de energia de algumas agências do Sine/IDT. Independente disso, é preciso ressaltar a importância de políticas para a introdução de jovens no mercado de trabalho.
Vale lembrar que o governo gastou com recursos próprios aproximadamente R$ 20 milhões na área do trabalho e cerca de R$ 59 milhões com o sistema socioeducativo.