O legado da greve dos caminhoneiros

Greve dos caminhoneiros - Devido à falta de estrutura, segurança, incentivo, organização, boa gestão, além dos salários reduzidos, condições de trabalho
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Devido à falta de estrutura, segurança, incentivo, organização, boa gestão, além dos salários reduzidos, condições de trabalho ruins, exploração de jornada, poucos direitos sociais e trabalhistas garantidos, os caminhoneiros realizaram uma paralisação totalmente legítima e com um brio que há muito tempo não se via em solo brasileiro. Todavia, com um País parado por mais de uma semana, sentimos quedas em vários setores da economia e com isso há um preço a ser pago.
A começar com o forte impacto sentido nas projeções do PIB e o aumento da inflação, índices que sofreram diretamente com a greve e que vinham galgando melhoras acentuadas no decorrer desse ano. Segundo o relatório Focus (publicação online, divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira), o mercado espera uma inflação de 3,82% para este ano e de 4,07% em 2019. Já as projeções do PIB apontam para um crescimento de 1,60% para o ano corrente. Algo bem diferente das expectativas ante a greve, que indicavam crescimento de 2,51%.
Vários setores exibiram suas perdas com a greve, entre R$ 75 e R$ 100 bilhões, sendo a fatura mais pesada lançada sobre o agronegócio, setor este que protagonizou o maior impacto positivo sobre o PIB de 2017. O forte impacto nesse setor, deve-se à quebra da cadeia produtiva, onde 100 milhões de aves morreram, 120 mil toneladas de carnes deixaram de ser exportadas, 300 milhões de litros de leite foram descartados e 98% das plantas de produção de carne do País foram interrompidas. Soma-se, somente nesse setor, mais de R$ 14 bilhões em perdas.
No varejo, todas as atividades comerciais tiveram perdas em maio à exceção de hipermercados e supermercados. Não significa dizer que não houve impacto no abastecimento dos supermercados, mas esse impacto foi maior no estoque dos hortifrutigranjeiros. Esse setor apresentava crescimento contínuo desde o início do ano, porém, com a greve, as vendas do varejo caíram 0,6% em maio.
No ponto de vista econômico, a paralisação foi um desastre total. A apreensão gerada com tal atitude, inibe empresários e investidores de colocarem seus recursos em um cenário caótico e incerto. Assim, freia-se a economia e a sua consequência é a diminuição da probabilidade de crescimento do País.
A conta é simples e bem salgada. Com inflação alta, perspectivas do PIB em baixa e risco da fuga de recursos aportados no País, a tendência natural é a elevação dos juros, aumento da carga tributária, encarecimento dos alimentos, saúde e gasolina. Confirmando a perda do poder de compra do brasileiro e a constatação de que a conta gerada pela greve está sendo paga por todos nós.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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