Produção/MG – A produção de leite passa por momentos difíceis em Uberaba (MG). Muitos produtores trabalham no vermelho há meses. A região, que já foi uma das principais bacias leiteiras do estado, agora acompanha pecuaristas saindo da atividade.
Para buscar soluções, foi criada uma comissão do leite, com o objetivo de entregar ao ministro da agricultura as principais dificuldades enfrentadas. Nardeli Belo de Castro terá que deixar a atividade após três décadas de trabalho. Há dois anos, ele chegou a tirar mais de 800 litros por dia em sua fazenda.
No entanto, a produção caiu para a 150 litros. “Sou apaixonado pela atividade, mas tem hora que você precisa largar a vaidade e o gosto e colocar o pé no chão e ser realista e o leite acabou. O máximo que eu recebi aqui na fazenda foi R$ 1,20 por litro, mas R$ 1,20 não dá para cobrir os custos. Se você fizer as contas do tanto que gasta com mão de obra, energia, insumos dobraram de preços. R$ 1,20 é a conta para você empatar”, afirma.
Na década de 90, Uberaba foi uma das principais bacias do país. Com o passar dos tempos e a chegada de outras culturas, como soja e cana de açúcar, a pecuária perdeu espaço. Na tentativa de resolver a questão, produtores de leite locais e representantes de agropecuárias da região anunciaram a formação da comissão de desenvolvimento do leite.
O grupo, formado por 10 membros, vai se reunir mensalmente para discutir questões e apresentar medidas. O objetivo é apresentar as dificuldades ao ministério da agricultura. “Vamos levar esse documento por meio da frente parlamentar agropecuária até o ministério e nós queremos uma reunião com o ministro Blairo Maggi para apresentar as dificuldades, desafios e queremos discutir propostas”, conta o presidente do sindicato rural de Uberaba, Romeu Borges.
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