Em Paris, Blairo destaca o esforço de gerações de técnicos, produtores e gestores do Brasil
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, discursou, neste domingo (20), na Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris, na França, para comemorar o reconhecimento mundial do Brasil como um país livre da febre aftosa, por meio da vacinação.
Blairo classificou o momento como histórico. Pontuou que, a partir de então, o País passa a ser reconhecido com o selo “Livre de Aftosa”.
“O novo status sanitário concedido por esta renomada Organização representa o reconhecimento da vitória de uma longa e dura trajetória de muita dedicação de pecuaristas e do setor veterinário oficial brasileiro. É motivo de muito orgulho dos brasileiros que lutaram e lutam para o bem do Brasil”, declarou.
No discurso, Blairo ainda parafraseou o pensador Jean Cocteau ao comentar sobre o fato de o Brasil ser considerado livre da aftosa. “Não sabendo que era impossível, nós brasileiros fomos lá e fizemos”.
Além disso, o ministro afirmou que muitos não acreditavam, no início, que o Brasil conseguiria erradicar a febre aftosa, em razão do tamanho e da diversidade do País, que chegou a encontrar dificuldades nas importações de leite e carne em razão dos milhares de focos da doença que acometiam anualmente os rebanhos brasileiros.
“Conseguimos graças a muito esforço, trabalho, conhecimento, dedicação e luta de gerações de técnicos, produtores rurais e gestores, sempre pautados pelos princípios, diretrizes e recomendações da OIE, da qual nos orgulhamos de ser um dos membros fundadores”, disse.
Ele explicou que a febre aftosa intimida a todos os países e restringe a abertura e manutenção de mercados dos produtos pecuários. Desta forma, comentou que o reconhecimento do Brasil como livre da aftosa, com vacinação, ajudará nas exportações. “A evolução na condição sanitária do controle e erradicação da febre aftosa é grande responsável pela valorização dos nossos produtos pecuários nos mais diversos mercados”.
“O Brasil iniciou o combate organizado à febre aftosa ainda na década de 60, por meio de campanhas de vacinação em algumas regiões. Naquela época, a doença se manifestava de forma endêmica com milhares de focos por ano. Era um verdadeiro caos sanitário. Mas, na década de 90, as estratégias de combate à doença foram alteradas, mudando-se do controle para erradicação da doença em todo o País, com a reformulação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa”, acrescentou.
Para Blairo, o reconhecimento da OIE representa o cumprimenta de uma importante etapa enfrentada pela agricultura brasileira. “É um marco histórico do processo de erradicação da doença na América do Sul, e de valorização do patrimônio pecuário nacional e regional”.
Sem vacinação
Blairo pontuou que a partir de agora há aquela que considera a etapa final, que é a ampliação das zonas livre de febre aftosa sem vacinação. “Para isso, temos plena consciência da necessidade de fortalecermos ainda mais nossas capacidades de prevenção, vigilância e de resposta a possíveis emergências que possam ocorrer. Serão necessários muito mais investimentos no serviço veterinário brasileiro”.
“E contamos ainda mais com a imprescindível parceria dos produtores rurais, profissionais e outros atores do setor privado. Tenho certeza que conseguiremos. Seguiremos pelo caminho da ciência, da transparência e confiança nas valiosas orientações, diretrizes e normas da OIE”, completou.
O agronegócio
Em seu discurso, o ministro afirmou que o setor agropecuário brasileiro é fundamental para a economia do País e tem garantido resultados expressivos na balança comercial, “na geração de emprego e renda, e contribuído para o controle da inflação e melhoria das condições de vida de sua população”.
“Em 2017, somente a pecuária representou um Valor Bruto da Produção (VBP) de 175,7 bilhões de reais. No mesmo período, apenas o complexo carnes teve um crescimento nas exportações da ordem de 8,9%, atingindo um volume de 15,5 bilhões de dólares. E ainda temos potencial para crescermos muito mais no mercado internacional, pois exportamos somente uma pequena parte da nossa produção de bovinos e suínos”, afirmou.
“Esse crescimento das exportações brasileiras se deve, além da inquestionável qualidade e competitividade dos nossos produtos, sobretudo à melhoria da condição sanitária do rebanho nacional”, concluiu.
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