Mudanças econômicas na América do Sul podem produzir efeitos positivos para o setor lácteo

América do Sul – A diretoria do escritório do USDEC para a América do Sul discute os mercados do Peru, Chile, Colômbia, Brasil e outros para a exportação dos lácteos norte-americanos.
Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Nota do editor: Durante recente visita à sede do USDEC internacional em Arlington, Virginia, José Madeira, estabelecido no Brasil, discutiu desafios e oportunidades na América do Sul com Margaret Speich, vice-presidente do USDEC para estratégias e comunicação da indústria.

A América do Sul está passando por turbulências políticas. Qual sua avaliação?

Você não pode colocar toda a América do Sul na mesma situação. Mas é verdade que mudanças estão ocorrendo. Tome, por exemplo, o Brasil, onde tenho meu escritório. A economia brasileira não está indo bem. Também existem problemas políticos. O presidente está suspenso por um processo de impeachment. A boa notícia é que a administração temporária do Brasil parece ser mais a favor de negócios do que a anterior. Digo que existe mais oportunidade para exportar ingredientes lácteos para o Brasil, do que produtos. O Brasil tem sua própria indústria de laticínios estabelecida, mas, não podem ser ignoradas exportações para 205 milhões de pessoas, que representam 40% de todo o mercado sul americano. A Argentina elegeu o novo presidente, Mauricio Macri, em 2015. Muitas pessoas acreditam que seu predecessor foi ruim para a economia. Macri oferece à Argentina novas perspectivas econômicas, aumentando a esperança. O país é dos principais produtores de leite, bem como de alguns produtos lácteos.

O Chile tem uma economia estável. Tem sido assim por anos e anos. É o único país da América do Sul considerado desenvolvido, com renda per capita de mais de US$ 20.000. O Chile é um mercado em crescimento para exportações, bem como Colômbia e Peru. Também tem a Venezuela. Existem muitos problemas acontecendo lá agora, mas, no passado, foi um bom mercado, mas, agora é preciso esperar a solução da situação política. Nada se pode dizer a respeito da Venezuela hoje, pois amanhã poderá ser ou não verdade.

Existe um lado positivo para esta mudança política?

 

Sim. Existe um forte movimento na América do Sul com orientação para economia de mercado. O primeiro lugar a mudar foi na Argentina. Também estou vendo mudanças no Brasil com o governo interino. No Peru, havia um governo de esquerda e agora tem um presidente foi educado no Reino Unido/Estados Unidos (com graduação em Oxford e Princeton) e tem uma esposa norte-americana. Esta mudança também está em andamento na Bolívia. O continente está se movendo para sistemas econômicos mais abertos porque uma abordagem diferente não deu certo na maioria dos países. Os sul-americanos viram o crescimento de economias estáveis como a Colômbia e o Chile, e querem também para si. As grande mudanças políticas que estão acontecendo na América do Sul agora, poderão com o tempo, criar um ambiente mais favorável aos negócios.

Como as mudanças políticas poderão afetar as exportações de lácteos dos Estados Unidos?

Isto está caminhando para um efeito muito, mas muito positivo mesmo. Você estará lidando com pessoas de mente mais aberta. Elas são favoráveis ao livre comércio. No Brasil, por exemplo, com este novo governo temos um poderoso ministro das relações exteriores. Ele iniciou conversações para negociar um tratado de livre comércio isoladamente, e não em grupo. Isto irá ajudar a economia do Brasil. Nos últimos seis meses, houve mudança de mentalidade com essas novas administrações na América do Sul, e isto poderá ser boas notícias para os membros do USDEC.

As importações de leite em pó integral da Venezuela caíram de 216.000 toneladas em 2012 para 57.000 toneladas no último ano, e quase nada este ano. Quando esta tendência acaba?

A Venezuela não é um mercado exportador a ser olhado no momento. É preciso esperar. Eles não têm moeda forte. Várias companhias deixaram de negociar com a Venezuela porque eles não estão pagando. Companhias aéreas cancelam vôos para a Venezuela porque eles não podem tirar o dinheiro do país. Muitas das importações agora, são realizadas através do governo.

 

A queda do preço do petróleo afetou a Venezuela que caminha para uma crise política. A economia venezuelana é dependente das exportações do petróleo. Alguma coisa muito importante irá acontecer em breve. Mas, se não houver mudança política, eles terão problemas até a recuperação do preço do petróleo. Vai levar algum tempo até que a Venezuela se recupere.

Resumindo: É muito arriscado, para qualquer exportador de lácteos, negociar com a Venezuela atualmente. Muitos países da América do Sul já suspenderam exportações para a Venezuela.

Quais os serviços que você pode fornecer na América do Sul?

Tenho pacotes completos para os membros do USDEC. Posso organizar visitas para as indústrias, preparar relatórios e explicar questões relacionadas com o registro de instalações e produtos, especialmente no Brasil onde os procedimentos são os mais demorados do que qualquer outro mercado da América do Sul. Posso ajudar com o registro de planta e produtos no Brasil e outros mercados. É o nosso trabalho diário para lidar com essas questões, auxiliando as associadas do USDEC a entrarem nesses mercados, e serem bem sucedidas, organizando reuniões, participação em feiras de negócios, e missões comerciais.

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas