Milho importado mais barato que o nacional

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O baixo estoque de milho no Brasil é o principal fator de alta das cotações no mercado interno.

 

Os estoques finais da safra atual estão estimados em 5,17 milhões de toneladas, frente aos 10,51 milhões de toneladas ao final da safra passada. É o menor volume em estoque desde 2011/2012. Veja a figura 1.

Em 2015/2016, a produção foi menor na safra de verão e deve diminuir também na segunda safra, cuja colheita ganha ritmo em junho. A falta de chuvas, em especial no Centro-Oeste, tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras e a produtividade deve ser menor este ano.

 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 79,96 milhões de toneladas de milho na temporada atual, 5,6% ou 4,71 milhões de toneladas a menos, em relação à 2014/215. Este volume considera a primeira e segunda safras.

 

Além da menor produção no ciclo atual, a demanda interna firme e as exportações aquecidas enxugaram o mercado.

 

Importações

 

A baixa disponibilidade de milho levou o governo federal a tomar algumas medidas.

 

Uma delas foi zerar a alíquota de importação do cereal de países de fora do Mercosul. A medida valerá por seis meses ou até que seja atingida a cota de um milhão de toneladas.

 

O volume é pequeno, mas pode dar um alívio do lado da oferta, até que a colheita da segunda safra ganhe força. A ideia é favorecer as importações do grão dos Estados Unidos, cuja produção deve ser maior em 2016/2017.

 

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima a produção norte-americana em 366,54 milhões de toneladas de milho na safra atual, frente as 345,49 milhões de toneladas colhidas em 2015/2016.

 

O Brasil já vem comprando milho da Argentina e do Paraguai desde o começo do ano, beneficiado pela tarifa zero entre os países do Mercosul e preços competitivos nos países vizinhos.

 

De janeiro a abril, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil importou 243,65 mil toneladas de milho grão, sendo 49,2% da Argentina e 50,8% do Paraguai. Os importadores são basicamente as grandes empresas brasileiras integradoras de aves e suínos.

 

Para uma comparação, neste mesmo período de 2015, as importações brasileiras de milho somaram 117,16 mil toneladas.

 

Um ponto importante é a competitividade do produto importado, em relação ao nacional.

 

O preço médio do milho argentino no primeiro quadrimestre de 2016 foi de US$165,49 por tonelada (FOB). O milho paraguaio chegou aos portos brasileiros ainda mais barato, cotado, em média, em US$127,13 por tonelada.

Em abril, os preços subiram, até em função da própria demanda aquecida por parte do Brasil, mas ainda assim, são competitivos frente aos preços vigentes no mercado brasileiro.

 

O milho importado da Argentina custou, em média, US$166,35 por tonelada em abril deste ano e o paraguaio US$140,50 por tonelada (FOB).

 

Simulação

 

Levando em conta o preço do milho importado do Paraguai em abril deste ano, de US$140,50 por tonelada, FOB (Paranaguá), e considerando um frete de R$250,00 por tonelada (US$71,43/t) para levar este milho até o Norte de Mato Grosso, temos um produto chegando à região por US$211,93 por tonelada.

 

Em reais, são R$741,75 por tonelada ou R$44,50 por saca de 60 quilos (US$1,00=R$3,50), posto Norte do estado de Mato Grosso.

 

Para uma comparação, a referência de preços hoje na região varia de R$44,00 até R$47,00 por saca de 60 quilos com o frete.

 

No caso do milho argentino, a importação vale a pena para estados das regiões Sul e Sudeste, por causa do frete.

 

Vamos considerar um frete de US$50,00 por tonelada para trazer o milho argentino, do porto de Paranaguá até a região de Campinas-SP. No total são US$216,35 por tonelada ou R$757,23 por tonelada, posto fazenda.

 

Atualmente, o preço de referência do milho nacional na região de Campinas é de R$50,00 por saca, sem o frete, ou R$833,33 por tonelada, acima dos preços do produto importado, incluindo o frete.

www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/43474/milho-importado-mais-barato-que-o-nacional.htm

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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