MILHO: Com menor produção, preço atinge recorde nominal em 2016 aponta CEPEA

O ano de 2016 teve ajustes importantes no mercado brasileiro de milho. Confira a análise retrospectiva sobre o mercado de milho elaborada pelo Cepea.
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O ano de 2016 teve ajustes importantes no mercado brasileiro de milho.
Confira a análise retrospectiva sobre o mercado de milho elaborada pelo Cepea.
Equipe: Prof. Dr. Lucilio R. Alves, Ketlyn Accorsi, André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Rafaela Moretti Vieira, Stefane R. D. Moura, Camila Pissinato e Yasmin Pascoal.
O ano de 2016 teve ajustes importantes no mercado brasileiro de milho, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O adiantamento das negociações no final da temporada passada e a forte quebra na produtividade da safra 2015/16, que gerou a menor produção das últimas cinco temporadas, impulsionaram os valores domésticos do cereal na maior parte do ano. O elevado patamar de comercialização do milho, por sua vez, resultou em mudanças na dinâmica de mercado do cereal, com descolamento dos preços regionais, forte redução das exportações e elevação das importações no segundo semestre.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), encerrou 2016 registrando alta de 3,6% no ano, a R$ 38,17/saca de 60 kg no dia 29 de dezembro. O Indicador esteve em patamar elevado ao longo de todo o primeiro semestre e atingiu recorde nominal no início de junho, quando fechou a R$ 53,91/saca de 60 kg, expressiva alta de 46,4% na primeira metade de 2016. No balanço do ano, a média superou em 53,1% à de 2015.
Assim como o Indicador, no primeiro semestre, os valores do milho atingiram patamares recordes em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. O impulso veio da baixa oferta do cereal, em decorrência do reduzido estoque inicial da safra 2015/16 (16% inferior ao da temporada anterior) e da quebra de 14,3% na produção de verão (que, segundo a Conab, somou 25,85 milhões de toneladas, devido também à redução de 12,3% na área, visto que houve migração para o cultivo de soja). Além disso, as exportações estavam em ritmo intenso naquele período, enxugando ainda mais a disponibilidade doméstica. De janeiro a junho, o Brasil exportou 12,3 milhões de toneladas de milho, volume muito superior aos 5,3 milhões embarcados no mesmo período de 2015.
Os elevados preços do primeiro semestre, por sua vez, motivaram o aumento de 10,3% da área nacional cultivada com milho na segunda safra 2015/16 – que foi a maior da história. No entanto, o atraso de parte da área semeada no Centro-Oeste e o clima desfavorável – tempo quente e seco entre março a maio – prejudicaram fortemente a produtividade das lavouras, que caiu fortes 31,7% frente à segunda safra da temporada anterior.
Com o avanço da colheita da segunda safra, veio a confirmação da forte quebra. Enquanto em abril de 2016 a Conab indicava produção de 57 milhões de toneladas na segunda safra, a produção veio a se consolidar em 40,71 milhões de toneladas, expressivo recuo de 24,7% em relação à temporada 2014/15. Esse cenário gerou especulações quanto à oferta de milho no segundo semestre e elevou os preços tanto no mercado disponível quanto no futuro na primeira quinzena junho.
Já na segunda metade de junho, período de início de colheita da segunda safra, mesmo com a queda na produção, pela primeira vez no ano, os preços caíram no spot nacional, movimento que foi observado até meados de julho. Foi nesse momento que vendedores nacionais passaram a focar os negócios no mercado interno, que estava mais atrativo. Nas últimas semanas de julho, contudo, os valores voltaram subir, sustentados pela consolidação da quebra na produtividade indicada pela Conab e pela volta do receio de baixa oferta nos meses seguintes.
No geral, ao longo do segundo semestre, a menor atratividade do milho brasileiro no mercado internacional, por conta do preço elevado, reduziu fortemente as exportações brasileiras. Além disso, alguns compradores internos passaram a importar o cereal. Nesse sentido, ainda que pontualmente, a oferta interna aumentava, resultando em quedas de preços – no final de novembro, por exemplo, os valores registraram os menores patamares do ano.
No segundo semestre (de julho/16 a dezembro/16), as exportações brasileiras somaram apenas 9,6 milhões de toneladas, forte queda frente às 17,3 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período de 2015, segundo a Secex. Já as importações, de janeiro/16 a dezembro/16, somaram 2,9 milhões de toneladas, bem acima das 323 mil toneladas do mesmo período de 2015.
Ao longo de 2016, de acordo com pesquisas do Cepea, verificou-se que o elevado patamar de preços fez com que compradores domésticos reajustassem suas estratégias de aquisição. Além de participarem mais ativamente no mercado a termo, demonstrando mais agressividade nas negociações e competindo com tradings exportadoras, compradores também adotaram como alternativa a importação.
No último mês de 2016, a Conab estimou a produção total nacional da safra 2015/16 em 66,57 milhões de toneladas, sendo a primeira queda na produção em cinco safras. Considerando-se a produção total, o estoque inicial (de 10,4 milhões de toneladas) e as importações (de 2,4 milhões de toneladas), a disponibilidade total da temporada 2015/16 foi estimada em 79,37 milhões de toneladas. O consumo interno ficou em 53,38 milhões de toneladas, gerando “excedente” de apenas 25,98 milhões de toneladas, o menor em cinco safras.
INTERVENÇÕES – Com a pressão dos setores de avicultura e suinocultura, que mais sentiram os efeitos das altas nos preços do cereal em 2016, a Câmara de Gestão de Comércio Exterior (Camex) aprovou, em abril, o pedido do Mapa de isenção da taxa de importação do milho de países de fora do Mercosul. A isenção valia até 31 de dezembro ou até atingir o volume de um milhão de toneladas. Vale ressaltar, no entanto, que grande parte do volume importado pelo Brasil em 2016 teve como origem o Mercosul.
Além disso, o governo também interveio no mercado de milho por meio de leilões realizados pela Conab, no intuito de aumentar a oferta para avicultores e suinocultores. Foram 21 leilões realizados ao longo de 2016, com oferta total de 945 mil toneladas de milho. Essas medidas, contudo, se mostraram ineficientes para conter as altas dos preços.
http://maissoja.com.br/milho-com-menor-producao-preco-atinge-recorde-nominal-em-2016-aponta-cepea/

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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