Leite: Preços pagos ao produtor em baixa

De acordo com o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado, o pecuarista recebeu, em setembro, em média líquida, R$ 1,09 pelo litro de leite entregue em agosto, redução de 4,94% na variação mensal.
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De acordo com o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado, o pecuarista recebeu, em setembro, em média líquida, R$ 1,09 pelo litro de leite entregue em agosto, redução de 4,94% na variação mensal. Na comparação anual, a retração é de 30,12%, uma vez que em setembro de 2016 o litro estava cotado a R$ 1,56. De acordo com o Cepea, as sucessivas quedas verificadas nos preços do leite são provocadas pela demanda fraca por parte dos consumidores e pelo aumento da captação.
Em Minas Gerais, o valor bruto do leite em setembro, referente à produção entregue em agosto, foi de R$ 1,20, valor 4,67% menor.
No período, o Índice de Captação de Leite (Icap-L), de julho para agosto, apresentou alta de 4,9% na média Brasil, que é calculada levando em conta os resultados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia. O recuo no preço médio líquido, na média Brasil, foi de 6,16% frente a agosto, com o litro negociado a R$ 1,08.
Uma das justificativas para a redução é o menor consumo de produtos lácteos, reflexo do alto índice de desemprego e da redução do poder de compra das famílias.
“O cenário é complicado e preocupa o produtor. O consumo parece ser estimulado, através de promoções e de preços baixos nas gôndolas. Ao que tudo indica, a desvalorização de preços que observamos no início da cadeia (produtor rural) não se reflete no final da cadeia. O varejo e o atacado estão pressionando a indústria para uma redução dos preços dos lácteos, uma vez que não estão conseguindo girar os estoques. Ao mesmo tempo, as indústrias estão tendo que lidar com o difícil equilíbrio entre receber o pagamento dos clientes, remanejar estoques altos, definir estratégias de planejamento e pagar os produtores”, disse a Pesquisadora da área de leite do Cepea, Natália Grigol.
A pesquisadora ressaltou ainda que o desafio do produtor é grande. “O pecuarista tem o desafio de manter a rentabilidade em um cenário em que a receita está diminuindo. O momento é decisivo para planejamento dos próximos meses, que é o período de reforma das pastagens”.
Custos
Segundo o Cepea, os baixos valores pagos pelo leite estão comprometendo a condição de investimentos por parte dos produtores, situação que pode se agravar, já que a tendência é de novas quedas nos preços recebidos e de aumento dos custos, principalmente pela valorização do milho, após as altas verificadas nas exportações.
“Recentemente, os preços do milho se elevaram em função do crescimento das exportações e também pela falta de chuvas, o que atrasou o plantio em algumas localidades. Estes fatores indicam que pode ocorrer falta do grão e, consequentemente, aumento dos preços do cereal e da ração nos próximos três meses. Os produtores estão pensando em ampliar a área de silagem para reduzir custo com alimentação em 2018, porém, com o atual cenário instável para os lácteos, a decisão pode ser prejudicada”, explicou Natália.
Regiões
No Estado, a maior desvalorização observada nos preços do leite foi na região Sul e Sudoeste. A queda atingiu 7,64% e o litro de leite foi negociado a R$ 1,11 na média líquida. No Triângulo e Alto Paranaíba, o pecuarista recebeu R$ 1,08 pelo litro de leite, valor 6% inferior ao praticado no mês anterior.
Na região do Rio Doce, o litro foi comercializado a R$ 1,02, queda de 3,57%. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) a cotação do litro, R$ 1,13, apresentou desvalorização de 5,27%.
Na Zona da Mata foi verificada alta de 1,12% nos preços líquidos, com o litro cotado a R$ 1,05. Já na média bruta, o valor recuou 2,05%, com o pecuarista recebendo R$ 1,10 pelo litro de leite.
 
http://www.portaldoagronegocio.com.br/noticia/leite-precos-pagos-ao-produtor-em-baixa-164445

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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