Leite ficou 10,97% mais caro em Belo Horizonte

Entressafra e aumento do custos de produção contribuíram para a alta
Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Entressafra e aumento do custos de produção contribuíram para a alta

O consumidor que gosta de leite e seus derivados pode preparar o bolso. É que o preço dos produtos lácteos não deve cair tão cedo, segundo o analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallisson Fonseca. “Os preços devem permanecer firmes até agosto, setembro”, diz.

O motivo da alta é a entressafra. Só que a culpa não é só do período seco, explica o analista. Ele ressalta que a falta de investimentos – fruto do preço baixo pago ao produtor no passado – além do aumento dos custos de produção ajudaram o produto a ficar mais caro nas gôndolas dos estabelecimentos comerciais. “Há casos de laticínios parados por não terem matéria-prima”, observa o analista.

E quem gosta de leite percebeu que o produto está pesando mais no orçamento. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que em junho o litro do produto ficou 10,97% mais caro na comparação com o mês anterior, em Belo Horizonte. No primeiro semestre de 2016, a alta foi de 28,81%.

Segundo a pesquisa, que foi divulgada ontem, o preço médio do litro de leite no mês passado na capital foi de R$ 3,44.

O preço elevado do produto fez com que o Movimento as Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais (MDC-MG), em parceria com o Ministério da Justiça e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) fossem ontem a supermercados de várias regiões de Belo Horizonte para pesquisar o preço do leite e seus derivados – manteiga, leite condensado e creme de leite. O resultado do levantamento será divulgado hoje.

Custos. O aumento do preço do milho contribuiu para que o leite ficasse mais caro para o consumidor, segundo o analista de agronegócios da Faemg. A commodity é a base de alimentação dos animais. “Com a redução das pastagens por causa do período seco, os custos com alimentação aumentam”, diz. Em torno de 50% dos custos de produção são fruto de alimentação dos animais e mão de obra.

Equivalências

– Para comprar 7,5 litros de leite para a cesta básica em Belo Horizonte, o trabalhador teve que desembolsar em junho R$ 25,80

– O valor pago por essa quantidade de leite (7,5 l) equivale a 6h27 de trabalho, segundo levantamento do Dieese

– Minas Gerais é o maior produtor de leite do país, responsável por 30% da produção nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul

-No ano passado, 5,8 milhões de vacas foram ordenhadas no Estado, segundo a Federação da Agricultura (Faemg)

Cesta básica

Preço. O leite foi um dos produtos que ajudou a aumentar o preço da cesta básica em junho em Belo Horizonte, que teve alta de 4,24%. O produto só perdeu para o feijão, com variação de 46,9%.
Custo para produzir foi 28% maior

Enquanto o preço do litro do leite pago ao produtor mineiro teve alta de 18,8% no intervalo de junho de 2015 até igual mês deste ano, os custos de produção tiveram incremento de 28%, disse o analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallisson Fonseca. “Agora, a tendência é que o preço pago ao produtor melhore mês a mês, sem previsão de recuo até setembro”, diz. Em junho, em valores deflacionados, o produtor do Estado recebeu em média R$ 1,21 pelo litro do leite.

No primeiro semestre, a captação de leite pela indústria teve recuo na casa dos 5% tanto em Minas como no país. Já em junho frente maio, houve alta de 1% no Estado, o que, segundo o analista deve ser fruto da melhora do preço pago ao produtor que vem convivendo com a redução das margens ou até mesmo com déficit. Para ele, se o preço do milho recuar e terminado o período seco, as chuvas forem satisfatórias, a previsão é de manter o mesmo nível de produção de 2015, com 9,6 bilhões de litros. (JG)
http://www.otempo.com.br/capa/economia/leite-ficou-10-97-mais-caro-em-belo-horizonte-1.1334310

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas