Leite: Entre bons preços e adversidades

Mercado do leite - O mercado do leite, em 2016, foi marcado inicialmente pela grande elevação dos preços pagos aos produtores, valores que desde meados de setembro voltaram a recuar em função do período de safra.
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Mercado do leite – O mercado do leite, em 2016, foi marcado inicialmente pela grande elevação dos preços pagos aos produtores, valores que desde meados de setembro voltaram a recuar em função do período de safra.

Apesar da alta, o que poderia garantir aos pecuaristas melhores resultados financeiros em 2016, os custos também ficaram maiores, prejudicando a rentabilidade da atividade. O setor ainda enfrentou perdas provocadas pela maior importação de lácteos. Para o próximo ano, a tendência é de valorização do leite no mercado internacional, o que pode estimular a retomada das exportações mineiras.

De acordo com presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e diretor da FAEMG, Rodrigo Alvim, o que poderia ser um ano de ganhos acabou sendo marcado pelo aumento dos custos, principalmente com a alimentação do rebanho.

Os principais itens que impactaram nos custos de produção da pecuária leiteira, além da mão de obra, foram: concentrados proteicos e energéticos, com alta de 18,14%, seguidos pela qualidade do leite (16,72%), suplemento mineral (13,69%) e sanidade (9,04%). As adversidades climáticas também pesaram, prejudicando a produção de alimentos e encarecendo a ração. “Mais de 50% da composição dos custos de produção dizem respeito à mão de obra e à alimentação, envolvendo a ração farelada e volumosa.

Quando se passa por um ano em que o milho e a soja tiveram preços tão altos, o custo de produção fica muito elevado. Apesar de um preço bastante alto para a média dos últimos anos, o setor amargou um ano difícil em função desses custos”, disse Alvim. Para se ter ideia, em outubro, o preço médio foi de R$ 1,55 por litro de leite, 43,7% superior ao de outubro de 2015. O preço do produto se valorizou, mas o custo de produção aumentou. 16,2%. Nesse período, os preços da soja e do milho, que são importantes componentes da ração animal, já estavam com preços mais acessíveis.

“O ano foi bastante atípico. Em um primeiro momento os preços pagos pelo litro de leite, felizmente, subiram muito, porque senão tivessem valorizado, muitos produtores teriam saído da atividade, uma vez que os custos de produção cresceram mais que o reajuste visto nos preços. Então, 2016 foi o ano que os produtores tiveram preços fora da curva e, mesmo assim, não tiveram ganho real com a atividade”.

Alvim explica que a elevação dos preços do leite aconteceu depois de sucessivas quedas na produção, que nos anos anteriores foi prejudicada pela estiagem severa e pelos preços menores que os custos. “Os preços ficaram maiores porque de 2014 para 2015 a produção no Brasil caiu 2,8%, de 2015 para 2016 caiu 5,8%, e no primeiro semestre de 2016, mesmo com os preços elevados, a produção ficou pelo menos 5% inferior em relação ao primeiro semestre de 2015. Com as sucessivas quedas na produção, os preços subiram pela menor oferta. Virou um leilão no interior do Estado e do País, com as indústrias demandado matéria-prima, senão não fabricavam”, disse Alvim.

Liderança – Minas é o maior produtor de leite do País, com 27% da produção nacional. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rebanho do Estado é composto por 5,9 milhões de vacas ordenhadas, com produtividade média de 1,6 mil litros por vaca ao ano, 54,2% abaixo da produtividade mundial, que tem média de 3,5 mil litros por vaca ao ano. A produção de leite, em Minas, dever alcançar 9,6 bilhões de litros, aumento de 2% em relação a 2015. No País, o volume estimado é de 35 bilhões de litros, 1% maior que o gerado em 2015. O VBP (Valor Bruto da Produção) do leite em Minas estimado para 2016 é de R$ 11,3 bilhões, um crescimento de 11,7%.

Balde Cheio fortalece os pequenos

Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo setor, a Faemg segue auxiliando os produtores para a melhoria da gestão e da qualidade dos produtos, o que é fundamental para a melhoria da renda das famílias. Uma das ações é o Programa Balde Cheio. O diretor da FAEMG, Rodrigo Alvim, explicou que, em 2016, com a alta dos custos de produção e a desvalorização do produto final, foi grande a procura pelo Balde Cheio.

O programa de assistência técnica, conduzido em Minas Gerais pela FAEMG, capacita produtores para melhor gerir a propriedade. Os resultados são a redução dos custos e o aumento da produtividade por área, elevando a lucratividade. O Balde Cheio fecha 2016 com mais de 2,5 mil produtores atendidos por 220 técnicos em 325 municípios, e está preparado para aumentar a demanda em 2017. “O Balde Cheio tem sido um sucesso.

Tivemos a oportunidade de fazer, em 2016, o Terceiro Encontro do Balde Cheio, reunindo os produtores participantes do projeto e mostrando os bons resultados alcançados. Estamos fazendo a nossa parte, embora não seja função da Faemg prestar a assistência, mas, por absoluta falta no Estado, a Faemg vem auxiliando os produtores”.

Fonte: Faemg

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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