O diretor comercial da Jussara, Laércio Barbosa, afirmou estar «satisfeito» com o resultado de 2015 diante do cenário desfavorável do mercado de lácteos do último ano, quando houve recuo do consumo e queda nos preços dos produtos no país. A Jussara produz leites longa vida, pasteurizado, leite condensado, bebidas lácteas, creme de leite, manteiga, muçarela e requeijão.
Ele observou que o resultado poderia ter sido melhor, mas a empresa teve um aumento das despesas financeiras, que saíram de R$ 14,676 milhões em 2014 para R$ 33,790 milhões no ano passado. Essa elevação está relacionada, segundo Barbosa, à não monetização de créditos de PIS/Cofins e ICMS pelo governo. A Jussara encerrou 2015 com R$ 155 milhões em créditos a restituir, informou, o que teve impacto sobre o capital de giro. No ano anterior, esses créditos – que são gerados na compra de leite cru e embalagens, principalmente – somavam R$ 125 milhões.
A dívida líquida da Jussara também aumentou em 2015 e alcançou R$ 266,080 milhões – no ano precedente, havia sido de R$ 211,842 milhões. De acordo com Barbosa, parte da alta da dívida se deve a investimentos de R$ 20 milhões feitos em 2015 em novas linhas de produtos – dois deles estão chegando ao mercado nos próximos dias: um leite longa vida em garrafa de 1,5 litro e nova uma linha de bebidas lácteas. Parte do aumento da dívida, disse ele, está relacionada a capital de giro.
Após um ano difícil, Barbosa está otimista com 2016. Segundo o diretor da Jussara, só no primeiro trimestre deste ano, o resultado líquido da empresa já superou o de todo o ano passado. «O primeiro trimestre foi muito bom».
A oferta de leite no mercado para processamento pelos laticínios é menor, pois houve queda na produção no país, o que está sustentando os preços dos produtos finais. «[O desempenho] só não está melhor porque o consumo ainda está fraco», afirmou Barbosa. Mas a expectativa, disse o empresário, é de que a demanda comece a se recuperar após um eventual impeachment da presidente Dilma. «Uma mudança de governo deve injetar o otimismo na economia», estimou.
Fonte: Valor Econômico.