O Iapar apenas entregou bodes, pois as fíªmeas são oferecidas aos centros agrícolas, universidades, associações e casas familiares rurais
O agricultor Evaldo Fisher mora em São João. Além da bovinocultura de leite, ele investe na caprinocultura, onde possui 30 animais na sua propriedade. O número é bem inferior daquele que tinha há aproximadamente oito anos. Porém, a partir de agora, quer se dedicar mais por avaliar a atividade como uma forma de gerar renda í propriedade.
Existem ainda algumas dificuldades encontradas, conforme o produtor. A falta de associação próxima ou no município e disponibilidade de cabras poderiam alavancar a produção. Mesmo assim, Fisher não perde as esperanças de dias melhores e foi contemplado com um dos bodes, dos 50 entregues na tarde de ontem na sede do Instituto Agroní´mico do Paraná (Iapar), unidade de Pato Branco. Cada animal custou simbolicamente R$ 100, frente ao preço praticado comercialmente, que fica em torno de R$ 2 mil.
Somente receberam animais aqueles produtores ligados í agricultura familiar. Outros critérios observados por profissionais da Empresa Paranaense de Assistíªncia Técnica e Extensão Rural (Emater) previam a participação em curso do Senar, ter iniciado um plantel e ter adequado ou estar adaptando suas propriedades a questões ambientais.
O Iapar apenas entregou bodes, pois as fíªmeas são oferecidas aos centros agrícolas, universidades, associações e casas familiares rurais. A entrega de fíªmeas não atingiria significativamente a todos os interessados, além de elas não conseguirem repassar o gene de forma expressiva. “Um macho consegue deixar seu gene em 20 a 30 fíªmeas. O melhoramento genético através do macho funciona igual aos programas de inseminação artificialâ€, fala o pesquisador da área de nutrição animal do Iapar, André da Silveira.
Crescimento do setor
No Sudoeste existem 30 mil caprinos divididos em duas mil propriedades. Até hoje, o instituto entregou aproximadamente 1.000 animais. Pato Branco tem uma cooperativa de carne de ovinos e caprinos. Por sua vez, Francisco Beltrão possui a associação de caprinos.
Segundo o médico-veterinário da Emater, José Antí´nio Vieira, a caprinocultura está apenas no início e muito precisa ser feito para efetivar o crescimento da cadeia produtiva.
De acordo com ele, a estação do Iapar multiplica caprinos desde 2006 e é a única do Estado. “Estamos iniciando a produção. Não temos mercado garantido. Estamos na busca dessa cadeia, igual í bovinocultura do leite, porque hoje está sendo feito direto entre produtor e consumidorâ€, fala.
Melhoramento Genético
O programa desenvolvido pelo Iapar tem a Emater como parceira e é supervisionado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A proposta, desde o início, está voltada í busca de melhoramento genético da raça Boer, específicas para a carne, onde são trabalhadas questões como nutrição, sanidade e genética. “Trabalhamos para haver maior rendimento, melhoramento de carcaça e maior ganho de pesoâ€, aponta Silveira.
Para envolver a caprinocultura de leite, o pesquisador do Iapar diz que precisaria de consumidor efetivo, produção mais especializada, industrialização local, entre outros fatores.
http://www.diariodosudoeste.com.br/noticias/pato-branco/10,26327,23,05,iapar-entrega-50-caprinos-para-agricultores-familiares-.shtml