A alimentação animal envolve custos com suplementação mineral, concentrado, produção de silagem, forrageiras anuais e manutenção de pastagens perenes. Dentre as 16 regiões visitadas pelo projeto Campo Futuro em 2018, parceria entre o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, o concentrado e silagem são os itens com maior impacto sobre os custos com alimentação animal, representando, respectivamente, 60% e 18%, do total dos gastos.
Em propriedades com indicadores equilibrados, a alimentação do rebanho é o item com maior participação no Custo Operacional Efetivo (COE), equivalendo a cerca de 50% da receita da atividade. Como o concentrado, por sua vez, é o insumo com maior representatividade no custo com alimentação animal, algumas estratégias podem ser adotadas para melhorar a eficiência do uso desse ingrediente.
A primeira estratégia diz respeito à racionalização do fornecimento de concentrado ao rebanho, por meio da separação em lotes. Com os animais de recria devidamente agrupados em função da idade e as vacas em função dos respectivos dias em lactação, cada grupo receberia alimento de acordo com suas exigências, potencializando a produção de leite.
As fazendas típicas de Castro, PR, e de Uberlândia, MG, são exemplos de propriedades com bom desempenho técnico que seguem essa estratégia. Nestas regiões, cada categoria animal recebe alimentação equilibrada, com concentrado específico e na quantidade adequada, sendo este um fator que favorece as excelentes produtividades, de 22.060 L/ha/ano em Castro e de 16.591 L/ha/ano em Uberlândia. Além disso, há equilíbrio na composição dos custos, com a alimentação equivalente a 54% da receita da atividade em ambas propriedades.
A segunda estratégia diz respeito ao momento ótimo para adquirir o concentrado. Os preços deste insumo têm variações semelhantes às do milho, visto que este cereal é o principal ingrediente da ração. A partir dessa premissa, conclui-se que o período seguinte ao da colheita é o ideal para concentrar as aquisições dos estoques de ração, respeitando as limitações financeiras e de armazenamento das propriedades.
Como a alimentação é um dos principais componentes do custo de uma propriedade leiteira e que influencia a receita, cabe ao produtor adotar estratégias que garantam a eficiência desse item, visando o equilíbrio dos custos da atividade. Dessa forma, dá-se um passo importante rumo à eficiência financeira da propriedade, confluindo em margens brutas atrativas, conforme observado pelo projeto Campo Futuro em Castro (R$ 6.339,79/ha) e em Uberlândia (R$ 4.369,85/ha).