Vendas brasileiras dos produtos para a região avançaram no ano passado sobre 2016, enquanto exportações gerais recuaram. Embarques para sauditas caíram, mas Argélia retomou compras.
São Paulo – A exportação brasileira de produtos lácteos para o mercado árabe cresceu 26,5% no ano passado sobre 2016, de acordo com dados informados à ANBA pela Associação Brasileira de Laticínios – Viva Lácteos. O segmento inclui todo tipo de lácteos, desde leites, como condensado e em pó, até queijos, creme de leite, manteigas, requeijão e doce de leite.
O Brasil conseguiu receita de US$ 31,6 milhões com vendas de lácteos aos países árabes em 2017, com desempenho bem superior ao obtido nas exportações gerais do Brasil na área, que recuaram 35%. Os árabes responderam por 28% das vendas internacionais do setor. A participação foi quase o dobro de 2016, quando estava em 14,4%.
“O principal destino árabe para os lácteos nacionais continua a ser a Arábia Saudita, mesmo recuando suas compras. A Argélia, porém, que não figurou em 2016, voltou a adquirir lácteos nacionais, mais especificamente leite em pó, em novembro de 2017”, disse o diretor executivo da Viva Lácteos, Marcelo Martins, em entrevista à ANBA por e-mail.
Do valor obtido pelo Brasil com exportações de lácteos para os árabes no ano passado, US$ 9,6 milhões foram provenientes de vendas aos sauditas. Mas o recuo das compras do país foi de 22,5%. Martins informa que a queda ocorreu devido a vendas de leite condensado. “Em 2016 foram praticamente 7 mil toneladas, e em 2017 foram 4,3 mil toneladas”, disse. Os sauditas também são o segundo maior destino da exportação geral do segmento, atrás da Venezuela.
A Argélia foi o segundo maior mercado dos lácteos brasileiros entre os árabes, com US$ 6,9 milhões. Os Emirados foram o terceiro, com compras de US$ 6,8 milhões e avanço de 17,6%. Ainda no mercado árabe adquiriram os produtos em 2017 o Kuwait (US$ 2,1 milhões), Catar (US$ 1,8 milhão), Omã (US$ 1,7 milhão), Tunísia (US$ 1,3 milhão) e Bahrein (US$ 1,1 milhão). Todos estes últimos, com exceção do Bahrein, aumentaram as compras sobre 2016.
Apesar do recuo na exportação geral do segmento no ano passado, em material divulgado no começo de fevereiro a Viva Lácteos destacou a queda no déficit da balança comercial. O saldo negativo, que estava em US$ 485 milhões em 2016, caiu para US$ 449 milhões no último ano. As importações brasileiras de lácteos caíram em 14,5% em 2017, mas são significativas. No ano passado elas somaram US$ 562 milhões.
A exportação brasileira de laticínios ficou em US$ 113 milhões em 2017. O produto mais exportado pelo Brasil foi o leite condensado, seguido pelo leite em pó integral e o creme de leite.
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