Em Maués, programa 'Leve Leite' luta contra alto índice de desnutrição infantil

'Leve Leite' é o maior programa de combate à desnutrição infantil do interior do Amazonas. Leite de soja é distribuído, diariamente, para cerca de 6 mil pessoa
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‘Leve Leite’ é o maior programa de combate à desnutrição infantil do interior do Amazonas. Leite de soja é distribuído, diariamente, para cerca de 6 mil pessoas

 

Maués – Com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento de crianças e idosos, o programa ‘Leve Leite’, do município de Maués (a 253 quilômetros da capital), realiza a produção e distribuição de leite de soja para famílias de baixa renda da cidade. Lançado em 18 de março deste ano, o programa, que atende cerca de 6 mil pessoas, é considerado o maior de combate à desnutrição infantil do interior do Amazonas.
Orçado em R$ 1,5 milhão por ano, o programa utiliza uma espécie de ‘vaca mecânica’ para produzir, diariamente, aproximadamente 5 mil litros de leite de soja. O produto é entregue, também diariamente, para cerca de 3 mil famílias cadastradas, em três pontos da cidade (nos bairros Santa Luzia, Mario Fonseca e Mirante do Éden), de segunda à sexta-feira, a partir de 6h.
De acordo com o prefeito do município, Júnior Leite, a necessidade sempre existiu, e ganhou força após um relatório do Ministério da Saúde (MS) apontar um alto índice de desnutrição infantil no município. «O ‘Leve Leite’, além de melhorar a rotina de vida dessas pessoas, vai ajudar a diminuir esses índices, como o número alarmante de desnutrição na cidade. Outro ponto positivo é que a criança e o idoso bem nutrido vão, ainda, diminuir a demanda nos hospitais e, assim, gerar mais economia», disse.
O relatório divulgado pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do MS indica que, em 2016, das crianças entre zero e cinco anos de Maués, 6% apresenta magreza acentuada, 10% está muito abaixo do peso e 36% tem altura muito baixa para a idade.
A dona de casa Lizandra Rodrigues Brandão, 36, é beneficiária do programa desde o lançamento e, para ela, o programa tem grande impacto na sua família. «Eu faço vitaminada para os meus dois filhos ou eles tomam até mesmo o leite puro, antes de ir para a escola. As crianças daqui dependem muito disso porque, às vezes, algumas vão para aula até mesmo sem tomar café», relatou.
De acordo com o prefeito, além de crianças e idosos, o leite também é indicado para gestantes, parturientes e portadores de deficiência, pois contém propriedades ricas em cálcio, vitamina D e B12, além de não possuir colesterol e lactose.
Veja parte do processo de produção:

 
Produção
Cerca de 45 pessoas trabalham, de forma direta, no carregamento, produção e distribuição do leite de soja na cidade. A ‘vaca mecânica’, manuseada por funcionários treinados, é responsável por transformar a soja, vinda do estado do Mato Grosso, em leite.
O produto passa por processos de diluição, centrifugação, adocicação e embalo, antes de chegar aos postos de distribuição. Para agradar os pequeninos, são acrescentadas essências de morango, baunilha e chocolate. «Os funcionários trabalham durante a madrugada para que o produto seja entregue ainda fresco à população. Eles começam a trabalhar às 19h e vão até 5h, quando começa a distribuição do leite na cidade», explica o prefeito.
Além do leite, a soja também resulta em uma massa que é utilizada para produção de bolos, doces e biscoitos. A distribuição desses produtos ainda está sendo estudada pela Secretaria de Produção Rural de Maués, responsável pelo processo de fabricação do leite. Conforme o prefeito Júnior Leite, esse material é cedido a populares que procuram a secretaria em busca de mantimentos.
 

Essências de morango, baunilha e chocolate são adicionadas ao leite de soja para agradar as crianças beneficiadas. Foto: Victor Cruz
 
Idosos cheios de energia
Também conhecida como a terra da longevidade, onde homens e mulheres chegam a idades entre 70 e 100 anos, Maués distribui, também, os produtos do programa ‘Leve Leite’ no Centro de Convivência do Idoso (CCI), que oferece diversas atividades aos frequentadores.
O aposentado Manoel Rodrigues Mota, de 96 anos, começou a frequentar o CCI há cerca de um ano, e, com disposição de sobra, ele decidiu começar a alfabetização. Manoel conta que, além de incluir o leite de soja na dieta, uma alimentação diária com peixes e guaraná lhe dá fôlego praticar outras atividades.
«Eu capino meu quintal, tô (sic) aqui estudando e gosto de vim aqui. Tem dança, aula, brincadeiras. Agora eu to começando a tomar o leite de soja, aqui no centro e também em casa, que mando buscarem pra mim», disse.
O secretário de assistência social de Maués, Deny Dorzane, afirma que o Centro recebe uma média de 250 idosos, que participam das atividades e também são beneficiados pelo programa. «Nós fazemos um trabalho de busca ativa, de visita domiciliar para que possamos identificar os usuários e diminuir os casos de desnutrição na cidade», informou.
 

Idosos recebem leite do programa durante atividades no Centro de Convivência do município. Foto: Victor Cruz
 
Cadastro
O cadastramento dos beneficiários do ‘Leve Leite’ foi realizado desde os primeiros dias de janeiro deste ano, e teve como base as famílias que já faziam parte de programas sociais como o Bolsa Família e outros destinados para pessoas de baixa renda e carentes.
Aqueles que não foram inscritos nesta fase inicial do projeto, podem solicitar o registro e as visitas em casa no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município. O prefeito Júnior Leite informou que os postos de distribuição da cidade também vão realizar o cadastro das famílias por meio de uma ficha cadastral.
 

Famílias pegam leite de soja diariamente em pontos de distribuição espalhados pela cidade. Foto: Victor Cruz
http://new.d24am.com/noticias/amazonas/maues-programa-leve-leite-luta-contra-alto-indice-desnutricao-infantil/166219

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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