Direito de acionista da Lactalis na Itambé é suspenso até o fim de arbitragem

Itambe - A compra de parcela da Itambé pela Lactalis tem um novo capítulo. A empresa francesa não poderá exercer seus direitos de acionista até que sua disputa arbitral com a Vigor
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A compra de parcela da Itambé pela Lactalis tem um novo capítulo. A empresa francesa não poderá exercer seus direitos de acionista até que sua disputa arbitral com a Vigor, dona de metade da empresa mineira de laticínios, seja resolvida. A decisão é da 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial.
O relator do caso, desembargador César Ciampolini, também retirou parcialmente o sigilo do processo, imposto em primeiro grau a partir de cláusula arbitral, alegando que o litígio entre as empresas está sendo noticiado pela imprensa com informações imprecisas, o que prejudica o Judiciário, que tem interesse em ver «suas decisões claramente divulgadas aos jurisdicionados, sem a intermediação de fontes jornalísticas, por mais idôneas que sejam”.

Venda da Itambé está em disputa por suposta violação de cláusula de acionista.
Reprodução

Ciampolini limitou os poderes de acionista da Lactalis porque existe a hipótese de a Vigor sair vencedora da arbitragem, apesar de considerar “perfeita e acabada a venda de ações”.
Disse ainda que o entendimento visa proteger os direitos da Vigor e evitar, enquanto perdurar a definição sobre a venda das ações, o risco de acesso da Lactalis às informações estratégicas da Itambé.
Negociação controversa
A Itambé foi vendida pela Cooperativa de Leite de Minas Gerais (CCPR) à Lactalis em dezembro do ano passado, mas o negócio foi suspenso duas semanas depois a pedido da Vigor, que alegou descumprimento de cláusula contratual de acionistas.
Quando a Vigor (que era do grupo J&F) foi vendida, a mexicana Lala passou a ser dona de 50% dos direitos da Itambé e quis comprar a outra metade junto à cooperativa, mas o negócio não foi possível porque a CCPR tinha preferência. A cooperativa, então, fez um empréstimo junto à Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais e assumiu o controle total da Itambé.
Porém, no dia seguinte à compra, vendeu a companhia à Lactalis. Daí surgiu a disputa arbitral que desembocou no Judiciário paulista. Antes de instaurado o processo extrajudicial, uma decisão judicial suspendeu liminarmente a venda das ações da Itambé até o efetivo início da arbitragem.
Uma segunda decisão manteve a validade do negócio celebrado entre Vigor e Cooperativa e também a suspensão da venda de 100% da Itambé para a Lactalis. A justificativa foi o acesso da empresa francesa a informações estratégicas da companhia mineira sem a confirmação do negócio.
Desleal é quem discorda
Apesar da limitação, Ciampolini viu ato desleal na postura da Vigor, e não da cooperativa que vendeu o controle da Itambé. “Depois de exercida a opção e convencionadas as cláusulas e pago o preço busca voltar atrás em negócio perfeito e acabado, irretratável”, disse o desembargador.
Ele afirmou ainda que “no comércio, como se sabe, a ética deve ser vista sob ótica específica, própria do Direito Comercial”. Nesse ramo, declarou, “são lícitos e são de se valorizar, o ímpeto da iniciativa, a lógica da especulação”, que não necessariamente são atos valorizados em outras áreas do Direito. “O que é uma qualidade no Direito Civil, pode ser um defeito no Direito Comercial”, complementou.
Sigilo parcial
Ao derrubar parcialmente o sigilo da ação, o desembargador usou como fundamento os interesses público e do mercado de capitais, além do objetivo de garantir “uma cobertura jornalística menos inexata” e também por conta da transparência exigida ao comércio.
“Poderão ser divulgadas, tão só, as decisões proferidas por ambas as instâncias […] todos os demais documentos e peças dos autos, por poderem impactar direitos de terceiros, segredos profissionais e industriais e também por força do art. 189, IV, do NCPC […] permanecem resguardados por segredo de justiça. Eventuais vazamentos serão punidos, na forma da lei”, concluiu.
Clique aqui para ler a decisão que suspendeu os direitos de acionista da Lactalis.
Clique aqui para ler a decisão que suspendeu parcialmente os segredo de Justiça.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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