A crise na cadeia leiteira expõe a falta de gerenciamento federal

A cadeia leiteira gaúcha passa por uma das piores crises da história recente. Nem mesmo as fraudes flagradas pelas sucessivas operações Leite Compen$ado impactaram tanto sobre a atividade quanto a queda abrupta nos preços registrada desde setembro.
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Nas últimas décadas, oscilações no preço e instabilidades acompanham produtores e empresas, mas a crise momentânea é mais aguda. O Vale do Taquari tem na produção de leite uma das principais culturas de subsistência para milhares de famílias rurais. A cadeia mantém empregos e é um dos alicerces das duas principais cooperativas da região – Cosuel e Languiru. Nos últimos anos, a partir de avanços tecnológicos e de exemplos buscados na Europa, a produção de leite saltou em qualidade e quantidade. A sanidade, a genética e o manejo adequado começaram a integrar o dia a dia das propriedades, colocando o Vale do Taquari em local de destaque em âmbito estadual. Produtores se encorajaram a buscar linhas de crédito e profissionalizar a produção a partir da alta histórica nos preços, que alcançaram patamares inéditos. A euforia e a motivação duraram pouco. Baixa de no mínimo R$ 0,40 no preço pago aos produtores motiva desistência em massa. Famílias com relação histórica com a cadeia leiteira abandonam a atividade e apostam em outras culturas. A crise momentânea expõe a falta de gerenciamento e a ausência de uma política federal ou estadual de controle sobre a produção. Enquanto outras nações desenvolvidas estabelecem um rigoroso modelo de controle da produtividade para evitar oferta maior do que a procura, no Brasil não há qualquer política pública. Para piorar, abriram-se as porteiras na fronteira, especialmente ao Uruguai. Nos primeiros oito meses deste ano, a importação de leite do país vizinho disparou 80% em relação ao ano passado. O Sindilat e as empresas locais apontam o aumento da importação como o principal motivador da crise atual. Dados da Fetag mostram que 25 mil famílias deixaram de produzir leite em todo estado. Os números, aliados à crise repentina no setor, estabelecem um paradoxo: ao mesmo tempo que entidades afins e o governo do Estado incentivam a produção leiteira, cobram qualificação e gestões mais profissionalizadas, os órgãos federais e estaduais não atuam na mesma intensidade para regular a oferta e demanda no mercado. Desde ontem, reuniões em Brasília tentam barrar a importação. Em Teutônia – um dos berços do leite no Vale – grupos de produtores, representantes de sindicatos e indústrias se reúnem hoje, a fim de mobilizar prefeitos para aumentar a pressão sobre os governos federal e estadual. Tomara que os movimentos sensibilizem e consigam tirar os gestores do Piratini e da União da aparente letargia.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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