Cargill compra Integral Nutrição Animal e amplia foco em bovinos

A Cargill fechou a primeira compra de uma empresa no segmento de nutrição animal no Brasil, numa estratégica que prevê investimentos para expansão orgânica
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É a primeira aquisição do gigante americano neste segmento de mercado, ampliando o foco em bovinos…
A Cargill fechou a primeira compra de uma empresa no segmento de nutrição animal no Brasil, numa estratégica que prevê investimentos para expansão orgânica e novas aquisições, em um mercado que resce a uma taxa de 3 a 5% ao ano no país embalado pela força da indústria do maior exportador de carnes de frango e de bovinos. O acordo anunciado envolve a compra de 100% dos ativos da Integral Nutrição Animal, incluindo fábrica localizada em Goianira, nas proximidades de Goiânia, e um portfólio de produtos da empresa, cujo foco é a produção de sal mineral, alimento bastante consumido pelo gado de corte numa região que é uma das principais produtoras de bovinos do Brasil. O valor do negócio não foi revelado.
Com a aquisição da Integral, que tem faturamento de 80 milhões de reais por ano, a Cargill Nutrição Animal avança no mercado de alimentos para bovinos de corte no qual quer ser uma das líderes, posição que a empresa já ocupa na comercialização de suplementos minerais e premix vitamínicos para a ração de bovinos de leite, aves e suínos. A compra da Integral dobra a participação da Cargill no segmento de sal mineral para gado de corte, para apenas 2%, em um mercado no Brasil ainda bastante pulverizado com muitas empresas regionais e de pequeno porte, suscetíveis a novas investidas da gigante global do agronegócio. «O nosso crescimento passa não só por crescimento orgânico. Passa por aquisições. Estamos dando vida ao nosso plano estratégico, buscando crescer no segmento de bovinos de corte», afirmou o diretor-geral da Cargill Nutrição Animal no Brasil, Celso Mello.
Se essa fatia de mercado em bovinos de corte ainda é relativamente pequena, a aquisição da companhia no Centro-Oeste permite que a unidade brasileira da multinacional norte-americana coloque os pés em uma região com forte produção de gado de pasto (predominante no país), que complementa sua alimentação com o sal mineral. A Integral atua ainda em Tocantins, Mato Grosso e Pará, que estão entre os grandes produtores de bovinos do país. «Queremos ser um player relevante no mercado brasileiro, em bovinos de corte não somos ainda, nos demais (avicultura, bovinocultura leiteira e suinocultura) somos. Estamos entre as maiores empresas, e em bovino de corte esta é a nossa busca», acrescentou o executivo, que é agrônomo de formação e trabalha no negócio da Cargill há 22 anos, o tempo da existência da marca da empresa de nutrição animal no mercado, a Nutron.
O executivo não revelou o tamanho do mercado de nutrição animal que a Cargill detém nos segmentos de avicultura e suinocultura, fortes demandantes de complementos vitamínicos, produzidos também nas fábricas da empresa de Toledo (PR) e Chapecó (SC), grandes produtores de carnes. Para Mello, a aposta em nutrição animal ocorre porque esse setor no Brasil tende a crescer ainda mais, uma vez que o país tem uma indústria de carnes estruturada, o que dá uma «avenida de oportunidades para o Brasil» avançar na produção de carnes com ganhos de produtividade e na exportação, diante do crescimento da demanda global por proteína animal. A maior parte do investimento da Cargill em nutrição animal em 2016 e 2017, que somou cerca de 50 milhões de reais (valor que exclui a aquisição da Integral, não revelado), foi feita em bovino de corte. Somente para a expansão de uma linha de produção de sal mineral na unidade de Itapira (SP), a empresa investiu neste ano 30 milhões de reais.
O acordo segue-se a negócios recentes mundo afora no setor em aditivos alimentares naturais, envolvendo companhias como a Diamond V (EUA), anunciado esta semana, e a Delacon, fechado há cerca de quatro meses. Se os negócios de trading e processamento de grãos e oleaginosas –que respondem por grande parte da receita líquida bilionária da Cargill– enfrentam tempos de difíceis em um mercado de preços mais baixos e margens menores por grandes safras, o segmento de nutrição animal da multinacional, que fatura 700 milhões de reais ao ano no país, apresenta taxas de crescimento de 10 a 12% ao ano.
NEGÓCIO COMPLEMENTAR – A aquisição da Integral, uma empresa de 31 anos, disse o executivo da Cargill, ocorreu muito em função de a empresa goiana ter um modo de trabalhar semelhante ao da multinacional, próximo ao cliente. Além disso, acrescentou Mello, a Integral complementará o negócio de nutrição de bovinos da empresa, já que Cargill tem participação relevante em suplementos para a ração do gado confinado. «É um negócio que não tem sobreposição com o que temos». Se os principais concorrentes do setor de trading e processamento da Cargill (ADM, Bunge e Louis Dreyfus, entre outras) não atuam em nutrição animal no Brasil, disse Mello, a empresa tem concorrentes globais no segmento, como a DSM, que adquiriu há alguns anos a Tortuga, líder no mercado brasileiro de nutrição para bovinos. O acordo entre Cargill e Integral ainda precisa ser aprovado pelas autoridades no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas o executivo não vê problema para obter o aval nos próximos meses, já que a multinacional ainda tem pequena participação de mercado.
Fonte: Reuters

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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