Caminhoneiros voltam a ocupar rodovias e governo estabelece multas mais elevadas

Poucas horas após a presidente Dilma Rousseff criticar as manifestações dos caminhoneiros em vários Estados do país, o governo anunciou que vai aumentar as punições para quem bloquear o tráfego nas rodovias.
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Poucas horas após a presidente Dilma Rousseff criticar as manifestações dos caminhoneiros em vários Estados do país, o governo anunciou que vai aumentar as punições para quem bloquear o tráfego nas rodovias. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou ontem que serão estabelecidas multas mais elevadas para os caminhoneiros infratores.

O valor vai passar de R$ 1.915 para até R$ 5.746. O caminhoneiro também poderá ficar sem acesso a crédito subsidiado. Os organizadores dos atos estarão sujeitos a multa de R$ 19.154, com aplicação do dobro do valor em caso de reincidência.

Cardozo reforçou o argumento de que a manifestação é política e que não foi apresentada qualquer pauta de reivindicações. «Entendemos que a obstrução de estradas é inaceitável no Estado democrático», disse o ministro. Ele também informou que a Força Nacional de Segurança será autorizada a auxiliar a Polícia Rodoviária Federal na fiscalização das manifestações país adentro.

As multas que vierem a ser aplicadas terão que ser pagas no ato do licenciamento dos caminhões. As restrições de acesso a crédito poderão durar até dez anos, segundo informou o ministro da Justiça. Segundo ele, «a postura firma do Estado também serve para evitar situações de violência».

Horas antes, em visita às obras da linha 4 do metrô do Rio, Dilma afirmou que o governo atuará para impedir que a greve de caminhoneiros, deflagrada na última segunda-feira, gere prejuízos para a economia do país. Segundo a presidente, interromper estradas e prejudicar o abastecimento de alimentos e combustíveis são crimes previstos em lei, contra os quais a Policia Rodoviária Federal pode atuar. «Obstruir é crime. Atentar contra a economia é crime», disse Dilma, que falou menos de cinco minutos com os jornalistas e respondeu apenas três perguntas. A presidente repetiu o discurso de que reivindicar é direito legal e democrático, mas afirmou que qualquer iniciativa que vise comprometer a economia será coibida. «A Polícia Federal não precisa ser instruída porque é a lei», completou a presidente.

Apesar da persistência das manifestações dos caminhoneiros, as ameaças de multas feitas na segunda-feira já se fizeram sentir ontem. No período mais crítico do dia, no começo da tarde, foram registrados 20 bloqueios parciais de vias, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal. Na segunda-feira, os manifestantes chegaram a interromper o fluxo de 29 rodovias, com cinco interdições totais. No último boletim divulgado ontem pela PRF, havia 14 manifestações em andamento em oito Estados. A grande maioria dos protestos se concentra no Centro-Sul do país, com destaque para o Paraná e o Rio Grande do Sul. No boletim das 17h de ontem, metade das manifestações acontecia nesses dois Estados.

 

O grupo que participa dos protestos foi convocado pelo Comando Nacional do Transporte. Os manifestantes são autônomos e se declaram independentes de sindicatos. Eles são contra o governo, pedem o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e da elevação nos preços de combustíveis, entre várias outras queixas. Um vídeo postado na página do grupo em uma rede social convoca a paralisação e critica a corrupção e a troca de apoio político por ministérios. O grupo também diz lutar por «instituições livres».

O movimento não tem adesão total dos caminhoneiros. Ainda na segunda- feira, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos informou que não concorda com a mobilização, já que a pauta não tem relação com os problemas da categoria. «Consideramos imoral e repudiamos qualquer mobilização que se utilize da boa-fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o governo em prol de interesses políticos ou particulares», disse o grupo, em nota.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, entidade ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), também informou que o protesto é uma «manobra» de «um grupo que tenta usar os caminhoneiros em prol de interesses meramente políticos», que nada têm a ver com a pauta de reivindicações da categoria».

 

Fonte: Valor Econômico.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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