A faina laboriosa dos produtores de #leite

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Os produtores de leite, embora artífices de faina laboriosa, com dedicação plena às lides do gado e lavoura de subsistência da família, não raro, associada à de mercado, para complementar a minguada ou baixa renda do leite, por falta de uma política agrícola fundada no cumprimento do artigo 187, alínea II: preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização, associada à IV, assistência técnica e extensão rural, complementada pela VI, organização em cooperativas, acabaram se transformando em burras de carga do estado e da intermediação gananciosa, liderada por cartéis camuflados. De fato eles, ao longo de décadas, embora geradores de renda, bem valioso como o leite, se tornaram meros agentes de produção, contudo, nunca beneficiários dela, mourejam na faina leiteira de forma intensa, sem lucratividade, saciando a ganância dos cartéis camuflados liderados pela Nestlé. Buscando a história leitor, duas décadas passadas, poderá constatar que o Estado de Goiás ocupava o segundo lugar, no contexto nacional da produção leiteira, com jogo de cintura, vocação para primeiro. Acontece que a política capaz de fortalecê-los, organizando-os em associações, cooperativas – a união faz a força – mormente na comercialização em conjunto, tanto na venda da produção como na compra dos insumos mais importantes no processo produtivo, preços justos, pois o leite é altamente perecível, tal política, razoável a princípio, desapareceu com o esfaimado neoliberalismo, agravando-se, ainda mais, com o desmantelamento do sistema brasileiro de assistência técnica e extensão rural, a começar pela Embrater, no âmbito nacional, e, em cadeia, os reflexos negativos nos estados. Com efeito, o trabalho de incentivo ao associativismo, em fase de motivação-frutificação, perdeu fôlego, esmoreceu, vingando apenas as unidades já consolidadas, ilhadas na imensidão, deixando, a maioria dos produtores, órfãos, presas fáceis, nas mãos da intermediação gananciosa, impondo preços sempre aviltados ao produtor isolado, sem poder de barganha. Esbulhada pelo sofisticado cartel camuflado, a produção leiteira goiana passou a marcar passo, passo sonolento, não aluindo, ao longo das últimas décadas, de dois a três bilhões de litro ano. Tudo antes como na corte de Abrantes. Houvesse uma política como manda a lei, política legal, a produção leiteira no Estado, já seria superior a dez bilhões de litros ano, aliada a outra de exportação, pois o mundo, consoante dados das Nações Unidas, passa fome, sendo o leite o mais completo dos alimentos, com a Ferrovia Norte-Sul, poderia se transformar, em todos os estados de sua área de ação, em fonte de renda, internalização de divisas. Vocação existe, tanto pelas qualidades de seu solo e clima, generosidade da mãe natureza, quanto pela vivencia e espírito empreendedor, abnegação de sua classe rural. Todavia, com a atual política de omissão do Estado, terra arrasada, preços abaixo do custo de produção, em voga pelos cartéis camuflados, no lugar de progresso, assiste-se o regresso, usina como a de Uruaçu, incentivada com recursos oriundos de impostos pagos pelos contribuintes, paralisada por falta de matéria-prima. Nem bem chovem, as pastagens enverdecem rebaixam o preço, como se fossem eles senhores absolutos das precipitações atmosféricas, da natureza generosa, direito a quinhão, com o aumento da produção, oxalá, produtividade. Tamanha dádiva da natureza, constituí prova cabal, de que a oferta pode aumentar, em profusão, em pouco tempo, com uma boa política de incentivo aos produtores, como preços compatíveis, remuneração justa, induzindo-os a alimentação adequada do rebanho, no período de escassez de verde, melhoramento zootécnico, conforme enunciado acima. A criação da Anater, desde que preencha o espaço vazio deixado pela Embrater, poderá se transformar, de novo, no braço forte dos pequenos e médios produtores, tanto no aumento de produção e produtividade do rebanho leiteiro, como na melhor organização, aliada a industrialização e exportação, aumentando sua receita e o PIB nacional. Entrementes, se culpa cabe ao Estado pachorrento, parcela dela cabe também a classe, mais ainda as suas lideranças, ao não postular, pressionar, pela implementação de políticas, consoante determina a constituição cidadã, alardeada aos quatro ventos, redentora do progresso e bem estar de toda a sociedade. Cabe, em especial, a você produtor, sair da inação para a ação, cutucando com vara curta, mas de forma ordeira, os gestores públicos, nas três esferas, fazendo cumprir a lei, fazendo funcionar, com força de vontade, a Novel Anater, restaurando, nos atuais serviços de extensão, peados pela burocracia governamental, a mesma eficácia de seus primórdios levada, a cabo, pela então benemérita Abcar, no âmbito nacional e, Acares nos estados. Enfim, com a Anater, desde que a lei, artigo 187 funcione, provocando o estalo do aguilhão, que aludia Sócrates, e você produtor, participe ativamente da vida política de seu município, poderá ensejar uma política leiteira legal, inclusive nos assentamentos, onde o agente de extensão, terá que possuir mão forte, na organização, disciplina, orientação segura, no que diz respeito a produção e produtividade, bem-estar, real emancipação dos colonos assentados. Todo dever leva a um direito, princípio elementar este, mas valioso, onde você conquista o direito, cumprindo sua obrigação com o Estado, o ato de votar outorga-lhe a primazia de partícipe da vida política de sua comunidade. O sistema democrático constitui a melhor forma de governo do mundo, entrementes, para funcionar bem, com excelência, você tem que, com ardor cívico, viver incessantemente engajado na militância política do lugar onde mora, política como foi concebida, e nunca, o malabarismo mensaleiro e costumeiro, renitente desde os primórdios da República, sublimado pelo coronelismo ou caciquismo, “toma lá, da cá”, subtraindo seus autênticos primores, qual seja, a busca incessante do bem-estar da sociedade. Assim, poderá ser também com a política leiteira produtor, luz redentora, desde que, unidos faça ela funcionar, como manda a lei, no pensamento de Rousseau, a mais sublime das invenções humanas.

 

http://www.dm.com.br/texto/157231-a-faina-laboriosa-dos-produtores-de-leite

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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