À primeira vista, a alta de 28% verificada no preço do leite pago ao produtor no acumulado do primeiro semestre pode assustar o consumidor e ser motivo de alívio para o criador. Mas é preciso entender o que realmente significa esse aumento apontado por levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
Primeiro, mostra cenário de recuperação de preços em 2018. Janeiro começou com valores inferiores a R$ 1.  Ainda assim, o preço ainda está aquém do registrado em igual período do ano passado. Todo ano é consequência do anterior.
— Em 2017, houve grande amplitude de preços, com o primeiro semestre de valorização e o segundo de queda significativa. A receita do produtor ficou muito volátil — pondera Natália Grigol, pesquisadora do Cepea/Esalq.
O consumo em baixa — resultado da deterioração do poder aquisitivo da população — estava «mandando»na balança de formação de preços, compara Natália. O resultado foi o abandono da atividade por muitas famílias e um início de 2018 de preços reduzidos.
Neste momento, a demanda ainda está fraca. Mas a restrição da oferta está pesando mais ,impulsionando a valorização. O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Estado (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, acrescenta que o baixo crescimento da produção em junho e o vazio no mercado causado pela greve dos caminhoneiros ajudam a explicar o momento atual.
Para julho, a estimativa da indústria é de manutenção dos preços, para produtores e consumidores.
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