Custos de Produção/PR – No período da entressafra da produção leiteira paranaense, os produtores não estão sentindo uma retomada tão acelerada na melhora dos preços como em anos anteriores. O cenário econômico nacional – que gera menos consumo dos derivados – reflete diretamente com o segundo ano consecutivo na queda nas vendas, principalmente de produtos de maior valor agregado, como iogurtes e queijos.
O Paraná é o segundo produtor brasileiro de leite, com 4,6 bilhões de litros produzidos no ano de 2015.
Nesta terça-feira (18), às 14 horas, o Conselho Paritário dos Produtores e das Indústrias de Leite do Estado do Paraná (Conseleite) divulga os números referentes ao valor pago para o leite padrão entregue em março pelos produtores, que deve fechar em R$ 1,04 litro, um valor, que digamos, está no «meio termo» para o produtor. Para o leite pasteurizado, o valor projetado para março é de R$ 2,31 o litro.
Apesar do menor ritmo produtivo nas propriedades, a situação não é ruim porque felizmente os custos de produção retraíram comparado a 2016. Isso porque os concentrados de milho e soja na ração dos animais tiveram queda, já que as commodities estão com alto volume no mercado nacional e internacional. «Não é uma situação tão positiva, mas também não é desesperadora. Os preços pagos estão cobrindo a inflação do ano», explica o presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi.
Ele relata que para produtores que trabalham com o rebanho em confinamento e utilizam maior volume de concentrados, a retração nos custos pode ter chegado a 10%. «No caso do pasto, a diferença é menor», complementa.
BIOSSEGURIDADE
Mas não apenas preocupados com os preços vive o produtor de leite. Cada vez mais, a biosseguridade nas fazendas é debatida para manter os mercados consumidores e, claro, a sustentabilidade da cadeia. No final do mês passado, por exemplo, foi realizado em Curitiba o Simpósio Internacional de Leite Integral, que teve apoio do Sistema Faep/Senar-PR.
Volpi explica que a biosseguridade em algumas cadeias é novidade, e no caso do leite precisa de avanços. «No caso das aves e suínos, por exemplo, como existe a possibilidade de prejuízos enormes, a evolução nesse sentido foi muito grande nos últimos anos. Nos bovinos de leite isso não aconteceu. Não há por exemplo uma restrição para visita dos rebanhos. Precisamos despertar em técnicos e produtores a importância da biosseguridade», salienta.
Ele explica ainda que a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) deve divulgar este ano um novo levantamento de como estão os índices de brucelose e tuberculose em rebanhos leiteiros do Estado. «Há dez anos, não ultrapassava a marca de 2% do rebanho e o Estado tem se desenvolvido neste sentido, incluindo o controle de doenças, normas de qualidade do leite e outros protocolos. Mas ainda acredito que muitos produtores, principalmente os pequenos, ainda deixam tudo isso em segundo plano, principalmente porque não têm acesso a essas informações. Precisamos trabalhar neste sentido».
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